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Ibovespa sobe 5% com especulações sobre equipe econômica; Petrobras avança 12%

As especulações sobre os novos nomes da equipe econômica de Dilma Rousseff agitaram o mercado brasileiro aliadas ao corte de juros chinês e aos anúncios de possíveis estímulos econômicos na Europa. O Índice Bovespa fechou em alta de 5,02%, aos 56.084 pontos, seu maior nível desde o dia 15 de outubro deste ano, quando alcançou os 56.135 pontos. Foi a maior alta diária desde agosto de 2011.

O  volume negociado foi de R$ 12,234 bilhões, um dos maiores do ano e bem acima da média de R$ 7,5 bilhões por dia em 2014.

Com a alta de hoje, o Ibovespa fechou a semana com ganho de 8,33% e zerou as perdas do mês e acumula agora alta de 2,67% em novembro. No ano, o índice sobe 8,89%.

O mercado se animou após diversas agências de notícias informarem que Dilma teria escolhido o ex-secretário do Tesouro, Joaquim Levy, para ser o novo ministro da Fazenda. Levy hoje é responsável pela Bradesco Asset Management (BRAM) e tem forte ligação com o ex-ministro Antônio Palocci. Sua gestão na Fazenda tende a ser mais ortodoxa, com ajuste fiscal e controle maior da inflação do que nos últimos anos, o que agrada ao mercado.

Mas o mercado ainda vai aguardar para ver suas primeiras medidas, para se certificar de que ele terá espaço para aplicar os ajustes impopulares exigidos pela economia do país. Levy estará também cercado de economistas da linha heterodoxa, que defendem maior intervenção do governo na economia, a começar por Nelson Barbosa, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda que, segundo as agências, deverá ficar com o Ministério do Planejamento.

No fim desta tarde, a Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto informou que os novos integrantes da equipe da presidente não serão anunciados na noite de hoje, como era esperado pelo mercado.

Com a indicação de Levy, as ações da Petrobras dispararam. O papel preferencial (PN, sem voto) da estatal subiram 11,89%, enquanto o papel ordinário (ON, com voto) ganhou 11,17%, a maior alta diária desde 24 de novembro de 2011, liderando as altas do Índice Bovespa. Apesar da alta  de hoje, que elevou o ganho de Petrobras PN na semana para 8,33%, o papel ainda cai 6,41% no mês e 10,94% no ano. O papel ON, por sua vez, subiu 6,65% na semana, acumulando -6,96% no mês e -11,75% no ano.

Os bancos também ajudaram a puxar o Ibovespa, com Itaú Unibanco PN subindo 6,58% e Bradesco PN, 7,61%, enquanto o Banco do Brasil ON ganhava 8,32%. Vale também foi destaque na alta, com 6,93% de ganho no papel PNA e de 6,45% no ON, por conta do corte nos juros na China e a melhora dos preços das commodities.

As ações com maiores altas no Ibovespa, além de Petrobras, foram Eletropaulo PN, com 10,75%, Gafisa ON, com 10,42%, PDG Realty ON, com 9,43% e Marfrig ON, com 9%.

Já as baixas no Ibovespa se limitaram a três papéis: Fibria ON, com -3,50%, Embraer ON, com 3,47% e Tim Participações ON, 2,86%. Fibria e Embraer sofreram com a queda do dólar, já que são exportadoras.

Mercados Internacionais 

O anúncio de corte da taxa básica de juros da China feito hoje pelo Banco Central do país deu ânimo aos investidores do mundo todo, a baixa foi de 0,4 ponto percentual para 5,6% ao ano. A medida tem como objetivo impulsionar a economia chinesa que registra seu crescimento mais lento em 25 anos, segundo informações da Reuters. No entanto, o BC chinês informou que ainda não vê necessidade de fortes estímulos já que o país cresce a um ritmo “razoável”.

Na Europa, os principais índices tiveram fortes altas, com destaque para as companhias do setor de commodities. O cenário positivo na região ainda foi reforçado pelas afirmações do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, de que a instituição está preparada para realizar estímulos econômicos caso a inflação da Europa continue em queda. O Stoxx 50, das 50 ações mais líquidas da zona do euro subiu 2,97%. O francês CAC ganhou 2,67%, o alemão DAX teve alta de 2,62% e o britânico somou 1,08%.

Nos Estados Unidos, o mercado também refletiu as notícias do BCE e do BC da China. Todo esse otimismo rendeu ao Standard & Poor’s 500 um novo recorde por um avanço de 0,5%.

Dólar e Juros

Câmbio e juros reagiram com fortes quedas à possível indicação de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. No mercado de câmbio brasileiro, o dólar comercial caiu 0,9%, para R$ 2,52 na venda. O dólar turismo, das passagens aéreas e dos cartões de crédito, também teve baixa de 0,72%, sendo vendido a R$ 2,73.

Os juros de DI futuro fecharam o dia em queda na BMF&Bovespa. As taxas projetadas para os contratos com vencimento em janeiro de 2015 tiveram leve baixa de 11,343% para 11,345% de quarta-feira. Para 2016, as taxas passaram de 12,42% para 12,33%. Os negócios com vencimento em 2017 tiveram taxas são de 12,24%, ante 12,49% da última quarta-feira. Finalmente, as projeções para 2021 registraram taxas de 11,93%, ante taxa anterior de 12,34%.

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