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Ibovespa e dólar lideram aplicações em julho; fundo de inflação ganha no ano

As ações voltaram a liderar as aplicações financeiras em julho. O Índice Bovespa, que reúne os papéis mais negociados da BM&FBovespa, subiu 5% no mês, depois de ganhar 3,76% em junho, acumulando no ano 8,39%. O referencial do mercado acionário brasileiro ganhou força com a especulação em torno das pesquisas eleitorais, que neste mês indicaram uma chance maior de segundo turno e um empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff, do PT, e o candidato da oposição Aécio Neves, do PSDB.

O resultado do Ibovespa não significa que todos que aplicaram em ações tiveram esse rendimento no mês. O investidor deve analisar sua carteira ou o fundo onde aplica para conferir os ganhos.

O ganho da bolsa poderia ter sido ainda maior se não fosse a forte queda dos mercados hoje, último dia do mês, por conta do cenário internacional, com preocupações na Europa depois de o Banco Espirito Santo ter revelado perdas maiores que as esperadas (o papel do banco caiu 42%) e os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio. O forte crescimento da economia americana no segundo trimestre, de 4% anualizados, divulgado ontem, também trouxe preocupações com uma alta dos juros nos EUA antes do esperado.

Mas foi a piora no exterior que ajudou o dólar nos minutos finais a fechar o mês com alta de 3,17%, a R$ 2,28 para venda no segmento comercial. Os fundos renda fixa índices aparecem com ganhos, mas que podem estar superestimados, pois são projeções feitas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) a partir das cotas até dia 28, as últimas disponíveis. Como as taxas de juros subiram nos dias seguintes, é possível que uma parte desse ganho desapareça.

Mesmo assim, no ano, os fundos renda fixa índices lideram os ganhos, com 8,85% na média geral do mercado, segundo projeções da Anbima. Esse rendimento, bem acima do dos fundos DI, de 6,06%, reflete a queda dos juros dos títulos de longo prazo atrelados à inflação, as NTN-B, que compõem essas carteiras. Quando os juros caem, os papéis antigos na carteira dos fundos, com taxas maiores, se valorizam.

Mesmo descontando um imposto de renda de 15% (alíquota para prazos acima de dois anos), o rendimento dos renda fixas índices segue atrativo, com 7,52% no ano. Bem acima da inflação de 1,83% do IGP-M e mesmo dos 4,17% do IPCA-15 no ano. Ou mesmo do CDI, juro cobrado entre os bancos, que acumularia 5,07% sem os 15% de imposto.

O Ibovespa tem alta de 8,39% brutos no ano e os renda fixa tradicionais, que misturam NTN-B com papéis prefixados e outros atrelados ao juro diário, 6,70% brutos e 5,69% líquidos.

Os fundos aparecem, em média, superando o ganho da caderneta de poupança, de 4% no ano, já descontado o imposto, mas os dados são uma projeção e levam em conta a média do mercado. O investidor deve portanto verificar se o fundo onde aplica também está com esse rendimento, pois algumas carteiras de varejo podem cobrar taxas de administração elevadas, que comem boa parte do ganho do investidor.

O cálculo do ganho líquido do fundo também pode mudar se o investidor aplicar por um prazo menor que dois anos, pois o imposto é mais alto ( 22,5% até seis meses, 20% de seis meses a um ano, 17,5% de um ano a dois).

Abaixo, os principais referencias das aplicações do mercado, em ordem de rentabilidade bruta, em juho e no ano.

Rentabilidades Julho
Aplicação Mês Ano Liq mês Liq. Ano
Ibovespa 5,00 8,39 5,00 8,39
Dólar Comercial 3,17 -3,27 3,17 -3,27
Fundo RF Índice 1,23 8,85 1,04 7,52
Fundo RF 0,99 6,70 0,84 5,69
Fundo RF Cred.Priv. 0,96 6,05 0,82 5,14
Fundo DI 0,95 6,06 0,81 5,15
Fundo C. Prazo 0,94 5,97 0,75 4,77
CDI 0,94 5,96 0,80 5,07
Poupança 1 0,61 4,02 0,61 4,02
Poupança 2 0,61 4,02 0,61 4,02
IGP-M -0,60 1,83 -0,60 1,83
Ouro -1,06 2,76 -1,06 2,76

 

 

Rentabilidades 2014 (%)
Aplicação Julho Ano Liq mês* Liq. Ano*
Fundo RF Índice 1,23 8,85 1,04 7,52
Ibovespa 5,00 8,39 5,00 8,39
Fundo RF 0,99 6,70 0,84 5,69
Fundo DI 0,95 6,06 0,81 5,15
Fundo RF Cred.Priv. 0,96 6,05 0,82 5,14
Fundo C. Prazo 0,94 5,97 0,75 4,77
CDI 0,94 5,96 0,80 5,07
Poupança 1 0,61 4,02 0,61 4,02
Poupança 2 0,61 4,02 0,61 4,02
Ouro -1,06 2,76 -1,06 2,76
IGP-M -0,60 1,83 -0,60 1,83
Dólar Comercial 3,17 -3,27 3,17 -3,27

 

Fonte: BC, Anbima, FGV, Cetip, BMFBovespa, Economatica. O rendimento dos fundos foi projetado pela Anbima, com base em dados até dia 25. Poupança 1 são depósitos feitos a partir de 4 de maio, seguindo a nova fórmula de remuneração da caderneta. Poupança 2 são depósitos feitos antes de 4 de maio, que seguiram rendendo 0,5% ao mês mais TR. O imposto de renda descontado dos fundos e do CDI equivale a 15%, referente a aplicações com mais de 2 anos de prazo, com exceção dos fundos curto prazo, cujo desconto foi de 20% do rendimento bruto. Dólar, Ibovespa e ouro não sofreram desconto de imposto.

 

 

 

 

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