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Ibovespa cai 3% e volta para 56 mil pontos; Petrobras recua 5%; dólar e juros sobem

O Índice Bovespa está em forte queda hoje, refletindo a piora do mercado internacional e boatos sobre novas pesquisas eleitorais. Às 13h20, o Ibovespa recuava 2,90%, para 56.114 pontos, puxado para baixo pelas ações de estatais e pela Vale.

China desacelera

A mineradora sofre o impacto de declarações de autoridades chinesas que indicam que vão aceitar uma desaceleração da economia. O ministro das Finanças da China, Lou Jiwei, afirmou no domingo que o país não vai alterar dramaticamente sua política econômica por causa de um único indicador econômico. As declarações foram dadas dias após muitos economistas terem reduzido as perspectivas de crescimento depois da última série de dados fracos, segundo a Reuters. O ministro admitiu que o país deverá crescer menos este ano.

Minério de ferro em queda

As declarações provocaram fortes quedas das bolsas asiáticas e nos preços das commodities, já que a China é um dos maiores compradores mundiais de matérias-primas. O minério de ferro caiu para menos de US$ 80 a tonelada pela primeira vez em cinco anos, o que atingiu diretamente a Vale, uma das maiores fornecedoras do produto para a China.

Vale cai 4,5%

A ação preferencial série A (PNA, sem voto) da mineradora cai 4,58% e a ordinária (ON, com voto) cai 4%.

Pesquisas eleitorais

Além da China, o mercado brasileiro sofre com a especulação em torno da disputa presidencial. O mercado comenta que a pesquisa do instituto MDA, que vai ser divulgada amanhã pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) trará crescimento na intenção de voto em Dilma Rousseff, do PT, e em Aécio Neves, do PSDB, e uma diminuição dos votos em Marina Silva, do PSB. O cenário, que pode favorecer a reeleição da presidente Dilma, desagrada os investidores e provoca forte queda nas ações de empresas estatais, mais sujeitos às políticas do governo.

Os dados indicando que o mercado espera menor crescimento da economia este ano, segundo relatório Focus, também desanimam os investidores.

Estatais em baixa

Petrobras PN e ON caem ambas 5,2%, enquanto Banco do Brasil ON recua 6,6% e Eletrobras PNB, 4,45%. Essas ações foram responsáveis pela forte alta do índice nos últimos dois meses em meio à melhora das candidaturas de oposição, especialmente no mês passado, após Marina Silva aparecer ganhando com folga em um eventual segundo turno.

Além das estatais, os bancos também ajudam a derrubar o Ibovespa, com Itaú Unibanco PN, papel de maior peso no índice, recuando 2,46% e Bradesco PN, 2,08%.

Maiores altas e baixas do Ibovespa

A maior queda do Ibovespa é da ação ON do Banco do Brasil, seguida da Eletrobrás ON, com 6,61%. PPDG Realty ON cai 5,43%, seguida das ações da Petrobras. A ação ON da JBS perde 5,28%. A empresa teria adiado na semana passada a oferta pública do ramo de alimentos processados, no valor de R$ 4 bilhões, por conta das eleições e da instabilidade dos mercados brasileiros.

Apenas dois papéis do Ibovespa estão em alta: Tim Participações ON, com 0,82% de ganho, e a unit (recibo de ações) do Santander, com ganho de 0,31%.

Mercados internacionais

Nos Estados Unidos, as vendas de imóveis existentes caíram em agosto pela primeira vez em cinco meses, 1,8%, para 5,05 milhões de unidades atualizadas. A expectativa do mercado era de 5,2 milhões unidades vendidas, segundo a Bloomberg. O número indicaria desaquecimento da economia americana.

Nos Estados Unidos, o Índice Dow Jones cai 0,45%, enquanto o Standard & Poor’s 500 perde 0,71%. O índice da bolsa eletrônica Nasdaq cai 1,17%, acompanhando a piora do humor com relação à China e as vendas menores de imóveis. A queda afeta, além das empresas tecnologia, como mostra o Nasdaq, as pequenas companhias. O Índice Russel 2000 de small caps cai 1,6%, a maior perda desde julho, segundo a Bloomberg. Os sinais de menor aquecimento fizeram o juro de 10 anos do Tesouro americano recuar 0,02 ponto percentual, para 2,55% ao ano.

Na Europa, também afetada pela China, o índice regional Stoxx 50, que reúne os 50 papéis mais negociados na região, cai 0,48%, enquanto Financial Times, de Londres, recua 0,94%. O CAC, de Paris, perde 0,42% e o DAX, de Frankfurt, cai 0,51%. Papéis de companhias ligadas ao mercado de commodities estão em baixa.

Dólar e juros sobem

No mercado de dólar no Brasil, a moeda americana está em alta, de 0,54%, vendido a R$ 2,39 no segmento comercial. O dólar turismo, das viagens e cartões, sobe 1,58%, para R$ 2,57.

No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, as projeções estão em alta.  O contrato de juro DI para janeiro de 2015 projeta 10,87%, o único estável em relação a sexta-feira. Já o contrato para janeiro de 2016 projeta 11,74%, ante 11,68% de sexta-feira. O contrato para janeiro de 2017 projeta 11,90%, ante 11,76% de sexta-feira. Para 2021, a estimativa do mercado está agora em 11,79%, ante 11,54% na sexta-feira.

Juro da LTN 2018 supera 12%

A alta dos juros tem reflexos também nas taxas dos papéis do Tesouro Nacional.  Os papéis prefixados (LTN) com vencimento em 2018 pagam hoje 12,03%, a maior taxa desde 8 de agosto. Os papéis corrigidos pela inflação (NTN-B) com vencimento em 2050 tinham juros reais além do IPCA de 5,97%, os maiores desde 15 de agosto.

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