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Ibovespa cai com bancos e Petrobras; após balanço, estatal perde mais de 10%

O principal índice de ações da bolsa brasileira é afetado hoje pela divulgação do já atrasado e não auditado balanço contábil do terceiro trimestre de 2014 da Petrobras, em que a companhia ignora suas perdas com o escândalo de corrupção da Operação Lava Jato. Às 12h20, o Índice Bovespa operava em baixa de 1,81%, aos 47.719 pontos. As ações ordinárias (ON, com voto) da petroleira caíam 9,44% e as preferenciais (PN, sem voto) tinham queda de 10,23%. Os bancos, com forte peso no Ibovespa, também ajudavam a piorar o quadro. Itaú Unibanco PN perdia 1,25% e Bradesco PN recuava 1,64%.

A não divulgação das perdas da Petrobras frustrou os investidores e provocou uma onda de especulações sobre os prejuízos que a estatal pode ter sofrido com os desvios detectados na Operação Lava Jato. Segundo a Bloomberg, as baixas contábeis poderiam atingir R$ 88 bilhões, muito acima das estimativas mais pessimistas do mercado, de R$ 20 bilhões.

As piores perdas do índice, sem contar Petrobras, estavam com PDG Realty ON, 5%, com os papéis preferenciais da série A (PNA) da Braskem, 4,99%, Sabesp ON, 4,50%, e Usminas PNA, 4,11%. A companhia de saneamento básico paulista sofre com o alto risco de racionamento no Estado. Já a siderúrgica Usiminas reflete o possível corte da meta de crescimento chinesa para este ano. Na China, as autoridades tentam gerenciar a desaceleração econômica, a criação de empregos e as reformas necessárias para o mercado. Apesar das notícias asiáticas, Vale ON tinha baixa de 0,58% e PNA de 0,41%.

Na contramão, as maiores altas do Ibovespa eram lideradas por Souza Cruz ON, 1,26%, Natura ON, 0,95%, Odontoprev ON, 0,78%, e Cyrela ON, 0,73%.

Mercados Internacionais

Nos Estados Unidos, o mercado aguarda o fim do pregão para conhecer as novas decisões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), sobre o aumento dos juros no país. A expectativa é de que o Fed mantenha sua postura de “espera”. Hoje, o Instituto Internacional de Finanças (IIF) informou que o fluxo de dinheiro estrangeiro em países emergentes deve ganhar fôlego em janeiro, com destaque para o programa de estímulo econômico do Banco Central Europeu (BCE) e para a perspectiva de alta da taxa de juros nos EUA. Às 11h30, os índices futuros mostravam o Dow Jones subindo 0,21%, seguido pelo Standard & Poor’s 500, 0,38%, e pelo indicador da bolsa eletrônica Nasdaq, 1,05%.

Na zona do euro, o novo governo grego realiza sua primeira reunião ministerial e anuncia mudanças radicais como a interrupção de alguns processos de privatização e o aumento do salário-mínimo do país para € 751, ante os atuais € 680. Na Alemanha, o índice GfK de confiança do consumidor subiu a 9,3 em fevereiro, de 9,0 em janeiro, seu maior nível desde novembro de 2001 (9,6).  O Stoxx 50, das 50 ações mais negociadas da Europa, cai 0,60%. O Financial Times, de Londres, perde 0,19%, acompanhado pelo CAC, de Paris, 0,49%. Já o DAX, de Frankfurt, ganha 0,27%.

Em um novo dia de quedas, o preço do petróleo WTI, de Nova York, recua 1,93%, a US$ 45,34, enquanto o barril do tipo Brent, de Londres, tem desvalorização de 0,85%, a US$ 49,18.

Dólar e Juros

Em meio às expectativas dos investidores com o resultado da reunião de política monetária do Fed, no Brasil, o dólar comercial tem alta de 0,46%, sendo vendido a R$ 2,58, enquanto o dólar turismo perde 0,72%, a R$ 2,74 na venda.

No mercado de juros DI futuros da BM&FBovespa, as taxas dos contratos válidos até o início de 2016 caem de 12,70% para 12,67%. Para 2017, as projeções seguem estáveis em 12,34%. Finalmente, os negócios com vencimento em janeiro de 2021 têm taxas projetadas em 11,79%, ante 11,67 de ontem.

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