Ações, Ações na Arena

Em pregão instável, Ibovespa tem leve queda; Vale bate quase 6% com minério de ferro

Sob forte instabilidade do mercado local e tímido avanço das bolsas estrangeiras, o Índice Bovespa caiu 0,16%, para 56.782 pontos. O volume financeiro do pregão totalizou R$ 6,1 bilhões, abaixo da média diária do ano, de R$ 7 bilhões.

Depois de abrir o dia em alta, as instituições financeiras viraram e passaram a pressionar o indicador brasileiro para baixo. As ações preferenciais (PN, sem voto) do Itaú Unibanco recuaram 1,27%, Bradesco PN, 0,80%, ao passo que os papéis ordinários (ON, com voto) do Banco do Brasil ganharam 0,66%, como as units (recibos de ações) do Santander, 1,15%.

Petrobras ON e PN, que tinham trajetórias mistas mais cedo, também perderam 0,15% e 1,25%, respectivamente, com o preço do petróleo indefinido no exterior. A petroleira também prepara um programa de demissão voluntária na BR Distribuidora. Já Vale se beneficiou da significativa valorização do minério de ferro lá fora. As ações ON da mineradora tiveram avanços de 5,74%, na liderança das altas do Ibovespa, e as PNA subiram 4,29%.

Além de ter as atenções voltadas para a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os investidores acompanharam hoje as afirmações do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel, de que o Brasil deve registrar este mês mais saída que entrada de investimentos diretos, recursos estrangeiros aplicados no setor produtivo da economia.

Vale puxa Ibovespa e Suzano recua mais de 2%

As maiores altas do Ibovespa foram lideradas por Vale ON, Usiminas PNA, 5,92%, Vale PNA, e Bradespar PN, 4,17%. Importante acionista da mineradora brasileira, Bradespar avançou na esteira de ganhos da Vale. Todas as empresas em alta foram beneficiadas pela valorização de 2,15% do minério de ferro no mercado chinês, a US$ 58,08 a tonelada.

Na ponta negativa, as piores baixas do índice ficaram com Suzano Papel PNA, 2,69%, RaiaDrogasil ON, 2,59%, Smiles ON, 2,06%, e Sabesp ON, 1,88%. A exportadora de papel e celulose Suzano caiu com a desvalorização do dólar frente ao real no dia. Hoje, sua concorrente Klabin anunciou lucro líquido de R$ 1,27 bilhão no período, ante os R$ 296 milhões nos mesmos meses de 2015, resultado tido como “razoável” pela Coinvalores.

Renner tem leve alta com resultados

A Lojas Renner registrou no segundo trimestre de 2016 um lucro líquido de R$ 174,8 milhões, uma alta de 10,5% em relação ao mesmo trimestre de 2015. Ainda assim, seus papéis subiram 0,04%, cotados a R$ 26,06.

À espera do Fomc, EUA sobem pouco, Europa ganha e petróleo cai 1%

Em meio à expectativa pela reunião de política monetária do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 0,10% e o S&P 500 ganhou 0,03%, assim como o índice da Nasdaq, 0,24%.  Também com avanços tímidos, na Europa, o Stoxx 50 subiu 0,19%, o britânico Financial Times, 0,21%, o francês CAC, 0,15%, e o alemão DAX, 0,49%. Entre as commodities, o petróleo WTI, negociado em Nova York, caiu 1,02%, para US$ 42,69, seguido pelo Brent, de Londres, 0,25%, para US$ 44,61.

Juros curtos avançam; dólar recua para R$ 3,28

No fim do dia, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2017 passaram de 13,93% ao ano para 13,98%. Para 2018, as projeções avançaram de 12,83% para 12,86%, enquanto as taxas válidas até 2021 caíram de 12,09% para 12,05%. O mercado refletiu hoje a desaceleração do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), na cidade de São Paulo, de 0,85% para 0,72% na terceira apuração de julho. Além disso, depois de dois meses seguidos de resultado positivo, as contas externas fecharam junho com déficit de US$ 2,479 bilhões.

No mercado de câmbio, os investidores acompanharam a divulgação da ata da última reunião do Copom do BC, a primeira comandada por seu novo presidente, Ilan Goldfajn. Em relatório, a Coinvalores destaca que o texto sugeriu alguma “recuperação nos níveis de atividade econômica e relevantes riscos externos, que podem comprometer o ritmo do crescimento da economia mundial”. Sobre a inflação, a crença do Copom é de “lentidão em convergir para perto da meta, sendo um dos principais fatores a alta recente dos preços de alimentos, que pode ser persistente”. Mesmo com o novo leilão de swap cambial reverso do BC, o dólar comercial caiu 0,63%, para R$ 3,28, enquanto o dólar turismo ganhou 0,29%, vendido a R$ 3,41.

Artigo AnteriorPróximo Artigo