Ações, Ações na Arena

Com Grécia, Ibovespa cai 1,8% e se aproxima dos 52 mil pontos; Petrobras e bancos recuam mais de 3%

Após um dia de fortes quedas, impulsionadas principalmente pela pressão internacional com a crise grega, e pelos desdobramentos da crise política no Brasil, o Índice Bovespa perdeu 1,86%, para 53.014 pontos. O volume financeiro do pregão somou R$ 5 bilhões, novamente bem abaixo da média anual de R$ 6,9 bilhões.

Volume mais baixo

Neste mês, o volume negociado na Bovespa está em R$ 6,438 bilhões, 10,6% abaixo do volume de maio, de R$ 7,2 bilhões. Apesar da queda do volume, os estrangeiros já trouxeram R$ 2,374 bilhões para o mercado brasileiro neste mês, elevando o total no ano para R$ 21,317 bilhões, novo recorde histórico.

Petrobras cai mais de 3%

Com forte peso no indicador, Petrobras, Vale e os bancos tiveram perdas de mais de 3%. Apenas as ações ordinárias (ON, com voto) da estatal caíram 4,09% e as preferenciais (PN, sem voto) recuaram 3,48%. depois de terem ensaiado alta no início do dia com a divulgação do novo plano de investimentos para o período 2015-2019. Vale ON e PNA perderam 2,14% e 2,69%, respectivamente, mesmo após a China reduzir os juros para estimular a economia e impedir um estouro da bolha do mercado acionário. Entre as instituições financeiras, Bradesco PN teve baixa de 2,20%, acompanhado por Itaú Unibanco PN, 1,26%, Banco do Brasil ON, 2,85%, e pelas units (recibos de ações) do Santander, 2,52%.

As piores quedas do Ibovespa ficaram com Gol PN, 5,16%, Oi PN, 4,81%, CSN ON, 4,31%, e TIM ON, 4,29%. A siderúrgica CSN refletiu o pedido de suspensão das atividades, por parte de Ministério Público Federal (MPF), da usina Presidente Vargas, em Volta Redonda (RJ). A empresa descumpriu acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e recebeu multa correspondente a 2% sobre o faturamento da companhia por dano moral coletivo à população. Já as maiores altas do índice foram lideradas por Natura ON, 1,40%, Marfrig ON, 0,71%, Gerdau PN, 0,64%, e Energias BR ON, 0,60%.

Grécia confirma calote aos credores amanhã; petróleo recua 2%

O aprofundamento do descompasso das negociações entre a Grécia e seus credores abalou o desempenho dos principais índices de ações do mundo. A tendência ganhou mais força depois que os gregos informaram que não pagarão a última parcela de seu empréstimo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) amanhã, deixando essa quitação para depois do referendo popular a ser realizado neste domingo, quando a população decidirá se o país deve ou não aceitar a proposta de cortes de despesas feitas pelos credores. Na prática, recusar o acordo representa deixar o bloco econômico, apesar de o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras afirmar que a Europa “não ousaria tirar a Grécia do euro”, jogando para os credores a responsabilidade pelo fracasso das negociações.

Na Alemanha, o Índice de Preços ao Consumidor caiu 0,1% na análise mensal preliminar de junho. A prévia veio menor do que o esperado pelo mercado (+0,2%). O Stoxx 50, que concentra os 50 papéis mais líquidos da Europa, teve baixa de 4,21%. O britânico Financial Times, por sua vez, teve perdas de 1,97%, seguido pelo francês CAC, 3,74%, e pelo alemão DAX, 3,56%.

Juros de 38% ao ano

Na Grécia, os juros dos papéis de dez anos do governo subiram para 14,34% ao ano. Aqueles com prazo de dois anos tiveram alta para 38,42% ou 16,92 ponto percentual. Países com finanças mais frágeis também sofreram. Os papéis de 10 anos de Portugal avançaram 0,34 ponto percentual, para 3,02%. Na Espanha, a alta foi de 0,24 ponto, para 2,34%. Os juros alemães, por sua vez, caíram 0,13 ponto, para 0,79%, por conta da maior procura por proteção. Nos EUA, também outro porto seguro para os investidores, a queda dos juros de 10 anos foi de 0,15 ponto, para 2,32% ao ano.

Grécia rebaixada e apoio ao “não”

Próximo do horário de fechamento do mercado, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou de ‘CCC’ para CCC-‘ o rating da dívida soberana grega de longo prazo, com perspectiva negativa também no curto prazo.

Hoje, os economistas Paul Krugman e Joseph Stiglitz, ambos ganhadores do Prêmio Nobel, defenderam que os gregos devem votar “não” no referendo, considerando que, sem mais medidas de austeridade, podem ter esperança no futuro.

Petróleo cai mais de 2%

O pessimismo com a economia grega alcançou os preços das commodities. Só o petróleo bateu sua mínima em três semanas. O barril do tipo WTI, negociado em Nova York, recuou 2,45%, para US$ 58,17, e o Brent, de Londres, caiu 2,18%, para US$ 61,88.

Queda de 2% do Dow e o S&P 500

No mercado americano, os investidores repercutiram o mais alto volume de financiamentos residenciais pré-aprovados em nove anos. Um avanço de 0,9% em maio e de 10,4% nos últimos 12 meses, próximo do que era aguardado pelos analistas. Além disso, o índice de atividade das empresas medido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) de Dallas para a região marcou queda de 7,0 pontos em junho, ante -20,8 em maio. Ainda assim, o Dow Jones perdeu 1,95%, assim como o S&P 500, 2,09%, e o índice da Nasdaq, 2,40%.

Dólar e Juros

Após abrir o dia em alta, o dólar comercial caiu 0,57% frente ao real, para R$ 3,11 na venda, enquanto o dólar turismo subiu 0,33%, sendo vendido por R$ 3,33.  No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, as taxas dos negócios válidos até o início de 2016 passaram de 14,30% ao ano para 14,27%. Para 2017, as projeções caíram de 14,06% para 14,02%. Já as taxas dos contratos com vencimento em janeiro de 2021 ficaram em 12,73%, contra 12,72% da semana passada.

Artigo AnteriorPróximo Artigo