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Com alta de 9,97%, Ibovespa lidera aplicações em fevereiro; no ano, ouro ganha, com 10,45%

A recuperação da bolsa marcou o mês de fevereiro. O Índice Bovespa, que reúne os principais papéis do mercado, fechou em alta de 9,97%, com a recuperação de papéis importantes como Petrobras e Vale. A alta das ações, porém, não coincide com a perspectiva para a economia do país, que piorou neste mês e levou o mercado a prever uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,5%. Mas o Ibovespa conseguiu pelo menos recuperar parte das perdas de janeiro e voltar para o azul no ano, com alta de 3,15%.

O dólar comercial também foi destaque em fevereiro, com alta de 2,86%, elevando a alta no ano para 6,21%, fechando cotado a R$ 2,86, mas as previsões é que a moeda chegue perto dos R$ 3,00. Em 12 meses, o dólar comercial acumula alta de 21,5%. O dólar turismo, das viagens e cartões, subiu 7% em fevereiro, para R$ 3,05, acumulando 23% de aumento em 12 meses.

A moeda americana sobe impulsionada pela piora na confiança na economia brasileira e também pelo cenário externo. O dólar se fortalece diante de outras moedas por conta da fragilidade econômica da Europa e do Japão, que estão injetando bilhões em suas economias, e pelas incertezas com a Rússia e o atoleiro da Ucrânia e com a crise na Grécia, que volta e meia ameaça sair do euro. A melhora da economia americana, que segue crescendo, apesar das dificuldades, impulsiona ainda mais o dólar também no Brasil.

Já os fundos renda fixa índices, que compram papéis do governo indexados à inflação e de longo prazo, sofreram com a alta dos juros e a piora das perspectivas para a economia brasileira. Quando os juros sobem, os papéis mais antigos nas carteiras dos fundos, com juros menores, perdem valor. A alta da inflação, que pode fechar o ano acima de 7% este ano pelas projeções do mercado, é um fator que ajuda a puxar os juros. Neste mês, porém, o IGP-M, índice de inflação usado pelo mercado em seus contratos, subiu pouco, 0,27%, o que garantiu ganho real para todas as aplicações financeiras. Mas essa inflação baixa é reflexo da queda dos preços no atacado. Os preços no varejo, como o IPCA, seguem acima de 1%, deixando para trás todas as aplicações de renda fixa, desde fundos até a poupança. E a pressão deve continuar em março, quando se espera um forte reajuste da energia elétrica, de até 39,5%.

No ano, o destaque é o ouro, que pega carona da alta do dólar e nas preocupações com os conflitos regionais em todo o mundo que aumentam a procura por proteção. Os juros baixos na Europa e no Japão também ajudam o metal a subir, reduzindo o custo de carregamento.

Abaixo, a rentabilidade dos principais ativos financeiros, ordenados pelo ganho bruto em fevereiro e no ano.

 

Rentabilidades Fevereiro
Aplicação Mês Ano Liq mês Liq. Ano
Ibovespa 9,97 3,15 9,97 3,15
Dólar Comercial 2,86 6,21 2,86 6,21
Ouro 2,75 10,45 2,75 10,45
Fundo RF Cred.Priv. 0,86 1,83 0,73 1,56
Fundo DI 0,84 1,79 0,71 1,52
Fundo C. Prazo 0,83 1,76 0,66 1,41
Fundo RF 0,82 2,00 0,70 1,70
CDI 0,77 1,71 0,65 1,45
Poupança 1 0,52 1,11 0,52 1,11
Poupança 2 0,52 1,11 0,52 1,11
Fundo RF Índice 0,50 2,48 0,43 2,11
IGP-M 0,27 1,03 0,27 1,03

 

 

Rentabilidades 2015 (%)
Aplicação Fevereiro Ano Liq mês* Liq. Ano*
Ouro 2,75 10,45 2,75 10,45
Dólar Comercial 2,86 6,21 2,86 6,21
Ibovespa 9,97 3,15 9,97 3,15
Fundo RF Índice 0,50 2,48 0,43 2,11
Fundo RF 0,82 2,00 0,70 1,70
Fundo RF Cred.Priv. 0,86 1,83 0,73 1,56
Fundo DI 0,84 1,79 0,71 1,52
Fundo C. Prazo 0,83 1,76 0,66 1,41
CDI 0,77 1,71 0,65 1,45
Poupança 1 0,52 1,11 0,52 1,11
Poupança 2 0,52 1,11 0,52 1,11
IGP-M 0,27 1,03 0,27 1,03

Fonte: BC, Anbima, FGV, Cetip, Lopes Filho, CMA, BM&FBovespa. O rendimento dos fundos foi projetado pela Anbima, com base em dados até dia 24. Poupança 1 são depósitos feitos a partir de 4 de maio de 2012, seguindo a nova fórmula de remuneração da caderneta. Poupança 2 são depósitos feitos antes de 4 de maio, que seguiram rendendo 0,5% ao mês mais TR. O imposto de renda descontado dos fundos e do CDI equivale a 15%, referente a aplicações com mais de 2 anos de prazo, com exceção dos fundos curto prazo, cujo desconto foi de 20% do rendimento bruto. Dólar, Ibovespa e ouro não sofreram desconto de imposto. O ouro ativo financeiro é isento de IR para pessoas físicas.

 

 

 

 

 

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