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Baixo crescimento mundial pode ajudar Bovespa, diz Franklin Templeton

O baixo crescimento no Japão e na Europa pode acabar beneficiando a bolsa brasileira, apesar de toda a preocupação com os sinais de desaquecimento global que derrubou os mercados internacionais nas últimas semanas, afirma Marcus Vinicius Gonçalves, responsável pelo escritório da Franklin Templeton no Brasil. A Franklin Templeton é uma das maiores gestoras de recursos do mundo, com US$ 920 bilhões (R$ 2,282 trilhões) em ativos sob gestão.

Com as economias japonesa e europeia ainda patinando, seus bancos centrais devem continuar injetando recursos nos mercados, aumentando os valores disponíveis para investimentos em bolsa. Ao mesmo tempo, com outras importantes economias andando devagar, os juros nos Estados Unidos também não devem subir tão cedo, o que também ajudará os mercados emergentes.

“Liquidez internacional alta e juro americano baixo são coisas boas para mercados emergentes, por isso a bolsa não deve ser mau negócio no médio prazo”, afirma o executivo. Com um câmbio justo no Brasil – ou seja, sem um real muito valorizado – e um cenário político definido depois da eleição presidencial, abre-se caminho para uma bolsa brasileira mais positiva, acredita.

Dinheiro parado

Há ainda um grande volume de recursos parados nos fundos de investimentos internacionais aguardando por oportunidades, dinheiro que pode vir para o Brasil. Também as empresas americanas e de outros países estão bastante líquidas após ajustarem seus balanços após a crise de 2008. “Tem muito dinheiro parado em fundos e nas empresas”, afirma Gonçalves. “Somente nós estamos com cerca de US$ 8 bilhões em caixa, o que equivale a um quarto do valor de mercado  da Franklin Templeton, de US$ 34 bilhões”, diz.

Portanto, se o Brasil mostrar coisas boas, poderá captar muito dinheiro nos próximos meses. “Achamos que o cenário ruim para o Brasil em 2015 já está no preço e a chance maior é melhorar”, diz. Com isso, a bolsa pode ser uma opção para o investidor que tem poucos recursos em ações. “Nossos analistas lá fora estão voltando a recomendar ações”, diz.

Atuação no Brasil

No Brasil, a gestora tem R$ 3,2 bilhões divididos metade em ações e metade em multimercados e renda fixa. A parte de renda fixa tradicional começou com um fundo de papéis indexados à inflação, os chamados IMA-B 5, com NTN-B até cinco anos, e IMA-B 5+, com mais de cinco anos. A gestora não tem, porém, crédito privado em suas carteiras.

A Franklin Templeton brasileira tem ainda R$ 300 milhões em fundos de previdência privada, em parceria com a seguradora Icatu.

Por tipo de investidor, metade dos recursos no Brasil é de pessoas físicas e metade, de institucionais. No caso das pessoas físicas, a gestora se vale da distribuição via Citibank, que oferece as carteiras da Franklin Templeton para seus clientes de varejo de alta renda, e dos serviços de gestão de fortunas, ou private banks, de diversas instituições para chegar aos investidores. “Estamos crescendo bastante agora com a distribuição via agentes autônomos de corretoras, como a XP, e gestores de patrimônio independentes, como a LLA”, afirma. Há ainda os fundos de fundos de bancos que distribuem as carteiras para clientes de varejo de alta renda ou no private banking.

Colaborou Mayara Baggio.

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