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Após recessão técnica, economistas veem crescimento zero em 2014; Mantega discorda

A equipe de economistas da gestora Quest, do ex-presidente do BNDES Luiz Carlos Mendonça de Barros, rebaixou sua projeção para o crescimento da economia brasileira em 2014, após a divulgação de que o Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou 0,6% no segundo trimestre. Para Mendonça de Barros, o PIB do Brasil deve ficar muito perto do zero no ano.

Segundo o economista e também ex-ministro de Comunicações do governo Fernando Henrique publicou em seu perfil do Facebook, os últimos dados disponíveis, entre indicadores antecedentes e índices de confiança de diversos setores, sugerem que não haverá recuperação.

Assim, a economia do país deve ficar estagnada em 2014. Segundo Mendonça de Barros, as expectativas de crescimento do PIB no ano, mostradas pela pesquisa Focus, do Banco Central, devem se aproximar de 0,2% nas próximas semanas. A última pesquisa, divulgada na segunda-feira, trazia uma expectativa de crescimento em torno de 0,7%.

Crescimento zero

O economista-chefe da corretora TOV, Pedro Paulo Silveira, vê um cenário ainda mais árido. Para ele, a desaceleração econômica brasileira deve levar o país “a uma contração de 0,5% nesse ano ou, no máximo a um crescimento zero”.

Silveira explica que os ciclos de crescimento econômicos estão condicionados pelos investimentos. “Como esses estavam derretendo desde o ano passado, com perspectivas de piora, não havia como não dar crédito às expectativas de mercado”, que, ainda em 2013, supunham uma trajetória de crescimento um pouco maior.

Exemplo dessa deterioração, segundo o economista, é a queda contínua da Formação Bruta de Capital Fixo, que mede os investimentos das empresas em máquinas e bens para fabricar outros bens. Esse indicador, que representava 18,1% do PIB no segundo trimestre do ano passado, caiu para 16,5% no segundo trimestre deste ano.

De joelhos

Segundo o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES, o ajuste recessivo “está definitivamente instalado na economia brasileira, com pelo menos dois anos de atraso”. Ele publicou que “a gestão de política econômica do governo nos últimos anos conseguiu colocar a economia de joelhos às vésperas da eleição”.

 Mantega discorda

Em entrevista coletiva para comentar os resultados do PIB, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o país não está em recessão, apesar de dois recuos seguidos da economia (o PIB revisado do primeiro trimestre mostrou queda de 0,2%).

Segundo o ministro, serão “apenas dois trimestres” de encolhimento da economia. Ele afirmou que recessão ocorre quando há desemprego aumentando e renda caindo. “Aqui temos o contrário”. Mantega admitiu, entretanto, que será preciso revisar a expectativa anterior do governo, de que o PIB cresceria 1,8% em 2014.

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