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Com baixo volume, Ibovespa fecha com queda de 0,53%; Petrobras perde 5% e EUA avançam com Yellen

Nesta Quarta-feira de Cinzas, o Índice Bovespa fechou com recuo de 0,53%, ainda aos 40.376 pontos, pressionado pelas perdas dos papéis da Petrobras e ajustando-se às fortes quedas registradas durante o carnaval nos mercados internacionais pelo receio de uma nova crise bancária na Europa. As ações ordinárias (ON, com voto) e preferenciais (PN, sem voto) da estatal perderam 5,07% e 4,23%, respectivamente, segundo dados preliminares da BM&FBovespa. O volume financeiro diário negociado somou R$ 3,3 bilhões, bem abaixo dos R$ 5,4 bilhões da média deste ano, lembrando que hoje o mercado abriu às 13 horas.

Entre os bancos, com importante peso no Ibovespa, Itaú Unibanco PN ganhou 0,48%, acompanhado por Bradesco PN, 1,13%, e as units (recibos de ações) do Santander, 0,44%. BB ON, por sua vez, se manteve estável. Hoje, o mercado brasileiro refletiu o sexto aumento das projeções das instituições financeiras para a inflação deste ano. Além disso, o Indicador de Confiança dos Micro e Pequenos Empresários (MPEs) apresentou leve melhora em janeiro, na comparação com dezembro. Vale ON recuou 0,29%, com Vale PNA, 0,77%.

Cemig sobe 9% e Rumo perde 5%

As piores quedas do indicador, tirando Petrobras, ficaram com Rumo Logística ON, 5,65%, Usiminas PNA, 3,96%, e Pão de Açúcar PN, 3,33%. Já as maiores altas do índice foram puxadas por Cemig PN, 9,11%, Gerdau Metalúrgica PN, 6,43%, Cesp PNB, 3,97%, e Lojas Americanas PN, 2,80%.

EUA e Europa ganham; petróleo segue em direções distintas

No dia em que a presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Janet Yellen afirmou que a autoridade monetária deverá manter seus planos de aumentar os juros locais gradualmente, dando sequência ao ajuste iniciado em dezembro e que colocou fim a quase oito anos de taxa perto de zero, os principais índices de ações do país subiram. Próximo do horário de fechamento do mercado, o Dow Jones tinha alta de 0,17%, com o S&P 500, 0,56%, e o índice da Nasdaq, 1,39%.

O governo chinês também informou reservas menores em US$ 100 bilhões em janeiro, uma queda abaixo do esperado pelos analistas que apostam que a segunda maior economia do mundo usará a quantia para manter o valor de sua divisa. Por lá, os mercados permaneceram fechados pela comemoração do Ano Novo Lunas.

O preço do petróleo seguiu trajetórias opostas hoje, com o WTI, negociado em Nova York, perdendo 1,86%, para US$ 27,42, ao passo que o barril do tipo Brent, de Londres, teve ganhos de 1,42%, para US$ 30,75, depois de registrar recuo no feriado sob pressão da desaceleração econômica chinesa e europeia. Na zona do euro, o Stoxx 50, que reúne os 50 papéis mais líquidos da região, avançou 1,92%, seguido pelo britânico Financial Times, 0,71%, o francês CAC, 1,59%, e o alemão DAX, 1,55%, apesar dos bancos da região terem tido uma desvalorização forte este ano, puxada pela queda de mais de 30% do Deutsche Bank.

Juros caem; “é hora de comprar dólar”

Apesar das projeções de inflação mais alta, as taxas de juros futuros para 2017 fecharam em 14,42% ao ano, contra 14,54% da última sexta-feira. As projeções dos contratos válidos até 2018 caíram de 15,22% para 15,12%. Por fim, as taxas para 2021 passaram de 15,90% para 15,91%. O dólar comercial teve valorização de 0,63%, para R$ 3,94 na venda, ao passo que o dólar turismo perdeu 0,24%, vendido a R$ 4,03.

Apesar do leve avanço da divisa americana, o gestor do maior fundo multimercado do Brasil e um dos maiores do mundo, o Fundo Verde, Luís Stuhlberger, defendeu que a recente calmaria do dólar diante do real, que fez a moeda americana voltar a custar menos de R$ 4, é temporária e o momento é de aumentar exposição em câmbio. Para o gestor, o dólar deverá voltar a subir pois a inflação brasileira está sistematicamente acima da dos demais países, e o fundo tem aproveitado a volatilidade da moeda para aumentar a exposição em dólar.

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