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Vale reverte prejuízo, lucra R$ 1,6 bi no 4º tri e distribuirá R$ 4,7 bi aos acionistas

A Vale anunciou hoje um lucro líquido de R$ 1,573 bilhões no quarto trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 33,154 bilhões do mesmo período do ano anterior O bom resultado veio da melhora dos preços do minério e do fim de ajustes contábeis feitos em 2015. A receita operacional líquida subiu 47,2%, para R$ 30,652 bilhões e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Lajida ou Ebitda), indicador de fluxo de caixa da empresa, subiu 1.021%, para R$ 12,025 bilhões, ante R$ 1,072 bilhões no mesmo trimestre de 2015. As exportações líquidas subiram 28%, para US$ 3,575 bilhões no trimestre.

Lucro no ano de R$ 13,3 bi

Com esse resultado, a Vale reverteu o prejuízo de R$ 44,2 bilhões de 2015 e fechou 2016 com um lucro de R$ 13,311 bilhões. Descontando os eventos especiais dos dois anos, o que permite verificar melhor o desempenho real da empresa, sem impactos extraordinários, o lucro recorrente da empresa fechou 2016 em R$ 16,726 bilhões, para um prejuízo recorrente de R$ 6,695 em 2015.

Preço alto e menos baixas contábeis

O aumento de R$ 57,5 bilhões no lucro anual, segundo a Vale, deveu-se, principalmente, aos menores impairments (baixas contábeis de ativos ou perdas) registrados em 2016, aos maiores preços de venda e ao efeito positivo nos resultados financeiros da apreciação real diante do dólar, de 17% em 2016. Já o aumento no lucro básico recorrente de 2016, em comparação com 2015, foi majoritariamente em função de maiores preços de venda.

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A receita operacional líquida da empresa em 2016 subiu 21,2%, para R$ 94,633 bilhões, um aumento de R$ 16,6 bilhões em comparação com 2015, principalmente devido aos maiores preços de minério de ferro (R$ 9,9 bilhões), de maiores volumes de venda (R$ 4,4 bilhões) e do impacto favorável da desvalorização do real em relação ao dólar e outras moedas (R$ 2,2 bilhões).

Os custos e despesas totalizaram R$ 54,4 bilhões em 2016, queda de R$ 3,0 bilhões em relação a 2015, devido, principalmente, aos ganhos de produtividade e às iniciativas de redução de custos que mais do que compensaram o impacto negativo da depreciação de 4% do real frente ao dólar nos custos denominados em moeda americana, como, por exemplo, os custos com frete marítimo de minério de ferro, os custos das operações de metais básicos fora do Brasil e os custos das operações de carvão.

O Ebitda ajustado aumentou 88,2%, para R$ 40,906 bilhões principalmente em função dos maiores preços de venda, que resultaram em um aumento de R$ 9,9 bilhões no Ebitda.

As exportações líquidas fecharam o ano em US$ 11,792 bilhões, queda de 1,7% sobre o ano anterior.

Distribuição de R$ 4,7 bilhões aos acionistas

A Vale anunciou também uma distribuição de lucros aos acionistas de R$ 4,667 bilhões em 28 de abril. O valor terá de ser aprovado na assembleia geral ordinária de 20 de abril. O valor corresponde a R$ 0,905571689, brutos, por ação ordinária ou preferencial, em circulação em 22 de fevereiro de 2017 (5.153.374.926 ações).

Uma vez aprovada a distribuição, o valor será pago a partir de 28 de abril na forma de juros sobre capital próprio, o que implica em pagamento de imposto de renda como renda fixa para pessoas físicas e outros investidores sujeitos à tributação na fonte.

Terão direito ao dividendo quem possuir ações da Vale no dia 20 de abril de 2017. Para os detentores de American Depositary Receipts (ADRs, recibos de ações) de emissão da Vale negociados na Bolsa de Nova York (NYSE) e na Euronext Paris, a data de referência será o dia 26 de abril de 2017.

Ações com dividendos até 20 de abril

Com isso, o preço das ações da Vale vai incorporar esses dividendos até o dia do pagamento. Elas só passaram a descontar o valor, ou seja, serão negociadas “ex-direitos” na BM&F Bovespa, NYSE e Euronext Paris a partir de 24 de abril de 2017.

Somando-se à primeira parcela distribuída em 16 de dezembro de 2016, no valor de R$ 857 milhões, a Vale distribuirá o valor bruto de R$ 5.523.725.435,04 aos acionistas referente ao resultado apurado no exercício de 2016.

Com isso, a empresa distribuirá a remuneração mínima de 6% calculada sobre a parcela do capital constituída aos acionistas detentores de ações preferenciais.

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