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Após cinco meses de jejum, empresas captam no exterior US$ 6 bi em 40 dias

Após cinco meses de jejum provocados pelo receio de que o país poderia perder o grau de investimento, pelo escândalo da Petrobras e o adiamento de seu balanço, as empresas brasileiras voltaram a emitir papéis no mercado internacional em maio. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e de instituições financeiras, no mês passado, três empresas pioneiras no ano captaram US$ 2,1 bilhões, que se somam a US$ 3,9 bilhões de outras três operações realizadas nos primeiros oito dias deste mês, elevando o total obtido em cerca de 40 dias para US$ 6 bilhões.

Um número bem inferior ao de 2014. Somente de janeiro a maio do ano passado, foram captados US$ 27,1 bilhões, segundo dados da Anbima.

Em maio, apenas no segmento de renda variável, a Telefônica Brasil somou US$ 475,7 milhões com o lançamento dos seus recibos de ações negociados nos Estados Unidos (ADR). Já em renda fixa, a Votorantim Cimentos movimentou US$ 568,6 milhões, seguida pelo Itaú Unibanco, com US$ 1,1 bilhão. Juntas, as operações totalizaram US$ 2,1 bilhões.

Tais captações ocorreram após a divulgação do balanço da Petrobras e se acentuaram em junho. Só na primeira semana deste mês, foram anunciadas três novas operações: US$ 549,5 milhões da BR Foods, US$ 2,5 bilhões da Petrobras e US$ 325 milhões da Globo Comunicação e Participações, com vencimentos em 2022, 2115 e 2025, respectivamente, apontando uma recuperação deste mercado.

A expectativa da diretora da Anbima, Carolina Lacerda, é de que a retomada impulsione as operações que já estavam na lista de espera do mercado neste início de ano.

Ofertas locais

Na contramão do exterior, as captações locais registraram um volume bem abaixo da média, sem nenhuma captação doméstica em ações e um volume em títulos de renda fixa de R$ 1,1 bilhão. Foram R$ 493 milhões em Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e R$ 466 milhões em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). As captações com notas promissórias atingiram R$ 128 milhões, enquanto a única oferta de debêntures bateu R$ 15 milhões.

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