A divulgação de projeções de resultados – os chamados “guidances” – não exerce impacto relevante no preço das ações, na visão da maioria dos empresários entrevistados em uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte em parceria com o Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI).
Segundo o estudo, no qual foram entrevistadas 104 empresas de capital aberto do mercado brasileiro, para 66% dos participantes a principal informação divulgada capaz de influenciar o preço das ações são os resultados e o desempenho financeiro da companhia em determinado período.
Já os “guidances” foram citados por apenas 9% dos entrevistados como uma informação de impacto no comportamento dos preços das ações da empresa. A segunda divulgação mais importante para o desempenho dos papéis é a do plano estratégico da companhia, segundo 39% dos entrevistados.
Empresários evitam projeções
A pesquisa foi apresentada durante o 16º Enconto Nacional de Relações com Investidores, realizado hoje em São Paulo. Durante debate promovido pelo evento, presidentes de grandes companhias falaram sobre a questão. Marcelo Castelli, presidente da Fibria, afirmou que a companhia não divulga projeções, a não ser a de investimentos de capital para o ano seguinte. “No nosso entendimento, a empresa volatilidade das informações da empresa tem que ser a menor possível”, afirma.
Segundo o presidente da CPFL Renováveis, André Dorf, a companhia também não informa suas projeções de indicadores ou resultados, “mas discute com profundidade o plano de crescimento para que cada um faça sua análise”.
Na Via Varejo, a divulgação de guidances também é mínima. Segundo o presidente, Líbano Barroso, a visão da empresa é a de que “guiar mercado é algo a ser feito mais por meio da apresentação de estratégias do que de números, porque às vezes variáveis externas interferem nos números, atrapalhando ou impulsionando”.