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Mesa farta e inflação baixa: safra 2017 vai ser 30% maior, diz IBGE; Conab estima aumento de 28% em grãos

A safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve fechar 2017 com um crescimento de 30,4% em relação ao ano passado. Segundo a estimativa de agosto deste ano, do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, divulgado hoje (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o ano deve ser encerrado com uma safra de grãos de 240,9 milhões de toneladas.

A estimativa de agosto é, no entanto, 0,5% inferior ao levantamento de julho, ou seja, 1,2 milhão de toneladas a menos do que o IBGE previu na ocasião. Mesmo assim, os números indicam que não haverá pressão dos preços agrícolas sobre a inflação, garantindo ainda ganho de poder aquisitivo da população mais pobre, para quem os preços dos alimentos pesam mais.

Com alta esperada de 19,6% em relação a 2016, a produção de soja deve ter safra recorde de 115 milhões de toneladas. Para o milho, que deverá ter aumento de 54,7% na produção, também é esperado  resultado recorde, de 98,4 milhões de toneladas.

É estimada ainda alta na produção do arroz (16,2%). Vinte dos 26 produtos pesquisados pelo IBGE devem ter crescimento, entre eles o café canephora (33,3%), as três safras de feijão (40%, 26,9% e 7,2%, respectivamente), a laranja (6,9%), o algodão herbáceo (10,5%), a cebola (7,8%), cana-de-açúcar (1,3%) e as três safras de batata-inglesa (5,1%, 7,2% e 2,8%).

Entre os seis produtos com queda estimada na produção aparecem o trigo (-18,8%), café arábica (-13,1%) e a mandioca (-12,6%).

Área colhida

O IBGE estima aumento de 7% na área colhida, em relação a 2016. O total deve chegar a 61,1 milhões de hectares, área 0,05% inferior à estimativa de julho. Entre as três principais lavouras, são esperados acréscimos na área colhida da soja, de 2,3%, do milho, de 18,1%, e do arroz, de 4%.

Conab estima crescimento de 27,9% em grãos

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou hoje (12) que estima uma colheita de 238,7 milhões de toneladas de grãos para a safra 2016/17. O número representa um crescimento de 27,9% em relação a 2015/2016 . A área plantada também aumentou em 4,4%, chegando a 60,9 milhões de hectares. O crédito rural e o clima são fatores apontados como diferencias positivos para o resultado final.

O presidente da Conab, Marcelo Bezerra, explica que o crescimento da produtividade deveu-se a fatores como “a disponibilização do crédito no momento certo, o comportamento dos custos de produção no momento do plantio, o clima e a tecnologia”.

Segundo o estudo da Conab, a produção do milho primeira safra é de 30,46 milhões de toneladas, com crescimento é de 18,3%, com relação à colheita anterior. Já para a segunda safra, a estimativa é que atinja 67,25 milhões de toneladas.

No setor da soja, que é o grão mais produzido no país e representou 13,72% de toda a exportação brasileira em 2016, a expectativa para este ano é que a colheita chegue a 114 milhões de toneladas.

O feijão também teve forte alta na produção. Com produção de 1,36 milhão de toneladas na primeira safra, e 1,2 milhão na segunda, a expectativa é que o setor atinja 836,3 mil toneladas na terceira safra. De acordo com a Conab, o aumento expressivo na produção do grão acontece pelo aumento de 17,2% na área de produção.

Já o trigo, com redução de 9,5% na área semeada, teve uma ligeira queda de produção. No entanto, estima-se que o setor produza 5,19 milhões de toneladas. A transição de fase vegetativa e o clima são fatores que cooperam com a queda da safra.

Para o diretor da secretaria de política agrícola, Silvio Farnese, os números apresentados hoje mostram o aumento da produtividade. “O número de 238,7 milhões de toneladas na safra de grãos representa o crescimento de quase 30% na produção e apenas pouco mais 4% área plantada. O padrão tecnológico e o conhecimento que o produtor tem hoje são fatores que cooperam com esses dados”, afirmou.

Logística

Apesar da alta produção, o país ainda tem limitações para o escoamento da safra. “Nossos portos melhoraram, mas ainda temos alguns gargalos, sobretudo na região Norte. O custo do frete com distâncias acima de 3 mil quilômetros é muito alto. Diminuir esse custo é um desafio”, disse Farnese.

A Conab também alerta para a necessidade de cuidados especiais com produtos que ficarão estocados por mais tempo, para evitar o desperdício.

As informações são da Agência Brasil.

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