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Lucro da Caixa cai 67% no 3º tri, para R$ 998 milhões, e inadimplência cresce com Sete Brasil

A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido de R$ 998,118 milhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 67,1% em relação a igual período do ano passado (R$ 3,037 bilhões). O valor equivale a um retorno anualizado sobre o patrimônio líquido, de R$ 63,379 bilhões, de 6,3%, o menor entre os grandes bancos do país. O Banco do Brasil teve retorno de 9,5% do patrimônio.

O índice de inadimplência encerrou setembro em 3,48%. Segundo o banco, esse resultado foi influenciado por um “grupo econômico específico do setor de óleo e gás”. A instituição não informa o nome do grupo, mas trata-se da Sete Brasil, que entrou em recuperação judicial em abril deste ano. A empresa deve R$ 5,3 bilhões à Caixa e ao Banco do Brasil, que foram incentivados pelo governo do PT a participar do financiamento da fabricante de plataformas de petróleo nacional. “Excluído esse efeito, a inadimplência alcançaria 3,26% e ficaria estável em relação ao trimestre anterior e ao terceiro trimestre de 2015”, diz o banco.

Ao final de nove meses deste ano, a Caixa possui R$ 2,1 trilhões em ativos administrados, com destaque para seus ativos próprios, que alcançaram R$ 1,2 trilhão. O índice de Basileia encerrou o período em 13,5%. Esse percentual indica a capacidade do banco de emprestar, levando-se em consideração os recursos próprios e a ponderação de riscos.

Carteira de crédito cresce 5%

A carteira de crédito ampla apresentou saldo de R$ 699,6 bilhões, crescimento de 5 % em 12 meses e participação de 22,2% no mercado, avanço de 1,4 ponto percentual. “O crescimento das operações de habitação, saneamento infraestrutura e crédito consignado, que possuem baixo risco, foram os principais responsáveis pelo aumento da carteira”, destacou o banco.

O crédito habitacional, principal segmento de crédito da Caixa, registrou saldo de R$ 401,5 bilhões, com evolução de 6,7% em 12 meses. Esse salto representa 66,8% do mercado. As operações de saneamento e infraestrutura apresentaram saldo de R$ 77,8 bilhões, avanço de 13,8% em 12 meses.

As operações comerciais com pessoas físicas e pessoas jurídicas totalizaram R$ 193,5 bilhões, redução de 1,9% em 12 meses, influenciadas, principalmente, pelo segmento pessoa jurídica, que apresentou queda de 4,2%.

O segmento comercial pessoa física apresentou estabilidade no mesmo período, tendo como destaque o crédito consignado, que cresceu 8%, e fechou o terceiro trimestre com saldo de R$ 62,9 bilhões.

Apesar da queda no lucro líquido da Caixa no terceiro trimestre deste ano, os negócios do banco estão mais saudáveis, na avaliação do vice-presidente de Finanças e Controladoria, Osvaldo Cavalcante. Segundo Cavalcante, essa redução foi influenciada pela mudança na alíquota da Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL) de 15% para 20%, no ano passado. Com o aumento da alíquota, cresceu o crédito tributário do banco, em 2015, o que não aconteceu este ano.

O vice-presidente destacou que o resultado gerado exclusivamente pela operação de negócios do banco, chamado de resultado operacional, é positivo e foi possível com o aumento do relacionamento com os clientes, o maior controle da qualidade da carteira de crédito e a melhora na eficiência das despesas administrativas.

O resultado operacional chegou a R$ 811 milhões, no terceiro trimestre, e acumulou nos nove meses do ano R$ 1,6 bilhão, com crescimento de 8,7%.

No trimestre, as despesas de provisão para devedores duvidosos somaram R$ 5,1 bilhões, 16,6% menor se comparado ao terceiro trimestre de 2015. No acumulado até setembro, essas despesas totalizaram R$ 15,2 bilhões, redução de 3,4% em relação ao mesmo período de 2015. Segundo Cavalcante, a redução da provisão é segura porque para cada R$ 1 emprestado, o banco tem R$ 1,50 reservados para o caso de calote. Ou seja, o Índice de cobertura é de 150%.

“Nossa carteira de crédito é concentrada em operações de baixo risco e garantia forte”, destacou. Cavalcante lembrou que do total da carteira de crédito de R$ 700 bilhões, R$ 400 bilhões são de financiamento habitacional. Ele citou também o crédito para infraestrutura e o consignado (com desconto em folha de pagamento), classificados como de baixo risco de inadimplência.

De acordo com o balanço da Caixa, o índice de inadimplência encerrou setembro em 3,48%, abaixo da média de mercado (3,73%). Segundo o banco, esse resultado foi influenciado por um “grupo econômico específico do setor de óleo e gás”. “Excluído esse efeito, a inadimplência alcançaria 3,26% e ficaria estável em relação ao trimestre anterior e ao terceiro trimestre de 2015”, diz o banco.

O vice-presidente também destacou que o Índice de Basileia do banco encerrou o período em 13,5%. Esse percentual indica a capacidade do banco de emprestar, levando-se em consideração os recursos próprios e a ponderação de riscos. O índice mínimo exigido no Brasil é 11%.

Cavalcante disse ainda que o banco está fazendo seu planejamento para não precisar de injeção de capital do Tesouro no próximo ano.

As informações são da Agência Brasil.

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