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Lucro ajustado do BB cresce 95%, para R$ 2,5 bi no 1º tri; retorno é de 12,4%

O Banco do Brasil divulgou hoje um lucro líquido de R$ 2,443 bilhões no primeiro trimestre, 3,6% acima do obtivo no mesmo período do ano passado, representando um retorno sobre o patrimônio líquido anualizado de 11,5%, ligeiramente abaixo do obtido no mesmo período de 2016. Já considerando o lucro ajustado, descontados eventos especiais, o lucro do BB saltou 95,6%, de R$ 1,286 bilhão em 2016 para R$ 2,515 bilhões em 2017.  Com isso, o retorno sobre o patrimônio ajustado passou de 6,6% para 12,4% anualizados.

A projeção é que o lucro líquido deste ano fique entre R$ 9,5 bilhões e US$ 12,5 bilhões, o que daria uma média de R$ 11,5 bilhões, ainda factível considerando o resultado do primeiro trimestre, de R$ 2,5 bilhões, que costuma ser o pior do ano para os bancos pela maior inadimplência e redução de gastos dos clientes com as despesas com impostos.

O destaque deste ano foi a queda na provisão para créditos de liquidação duvidosa, de R$ 9,145 bilhões no primeiro trimestre de 2016 para R$ 6,713 bilhões neste ano. A redução de 26,6% nas provisões aumentou os lucros do banco.

A carteira de crédito do banco caiu 9,2%, sendo 19,6% de retração na pessoa jurídica, enquanto a carteira de pessoas físicas subiu 1,6%. A carteira rural aumentou 5,7%. Comisso, o desempenho do banco ficou abaixo da projeção para o ano, de um crescimento de 1% a 4% na carteira total de crédito, sendo 4% a 7% na pessoa física e queda de 4% a 1% na de pessoas jurídicas.

As receitas de tarifas subiram 12,3%, acima do previsto para o ano, de 6% a %, e as despesas administrativas caíra 0,4%, para uma projeção no ano de aumento de 1,5% a 4,5%. .

A margem financeira bruta do banco, diferença entre o que o banco ganhou com os empréstimos e o que pagou pela captação, subiu 1,4% em 12 meses, para R$ 14,5%, com a maior recuperação de crédito verificada em um primeiro trimestre nos últimos cinco anos, diz o banco.

O aumento de 12,3% das tarifas veio principalmente dos ganhos com taxas de administração de fundos, de 29,3%, e de conta corrente, 11,3%. O patrimônio sob administração do BB subiu de R$ 645 bilhões em março de 2016 para R$ 799 bilhões este ano.

Já as despesas administrativas caíram 9,8% no trimestre, em relação ao quarto trimestre, com uma redução de 10,2% nas despesas de pessoal graças à reorganização institucional anunciada em novembro.

Na carteira de crédito, destaque para o crescimento do CDC Consignado e Financiamento Imobiliário, com salto de R$ 105 bilhões e crescimento de 4% em 12 meses.

A carteira de crédito imobiliário subiu 6,6% em 12 meses, com o financiamento imobiliário para pessoas físicas aumentando 10,9% e atingindo R$ 42,6 bilhões.

O capital do banco em relação aos ativos ponderados pelo risco, o chamado índice de Basileia, que mostra a solidez da instituição, ficou em 9,2%, abaixo dos 9,6% de dezembro, mas acima dos 8,3% de março de 2016.

Já o índice de inadimplência acima de 90 dias subiu de 2,59% em março do ano passado para 3,89% neste ano, acima da média de mercado, que ficou em 3,80%. Em dezembro, o índice já havia ficado em 3,29%. O aumento foi provocado por um caso específico de atraso, de grande empresa, que a instituição não detalhou. Sem esse caso, a inadimplência teria ficado em 3,47% da carteira. Houve também o impacto da queda da carteira de crédito, que aumenta o percentual de inadimplência em relação ao total. Sem os dois efeitos a inadimplência seria de 3,39%, ainda assim mais alta que no ano passado.

O índice de cobertura, que mostra quanto o banco tem de provisão em relação às perdas, caiu de 193,8% em março do ano passado para 146,5% em março deste ano. Ou seja, para cada R$ 1,00 de crédito vencido há mais de 90 dias, o banco tinha provisões de R$ 1,46.

O banco divulgou ainda a carteira de créditos renegociados, que não inclui a carteira rural, e que subiu 20,8% em um ano, para R$ 26,6 bilhões. Do total de operações renegociadas no primeiro trimestre, 14,8% estavam vencidas há mais de 90 dias e 9,5% estavam em perdas. Os recebimentos aumentaram 92,7% no primeiro trimestre sobre 2016, para R$ 864 milhões, mas as baixas para prejuízo cresceram mais, 149%, para R$ 1,936 bilhão.

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