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JBS promove reestruturação e cria cargo de diretor de operações para Tomazoni; ação cai 25% no ano

A JBS informou ontem que o novo presidente executivo da empresa, o fundador  José Batista Sobrinho, promoveu uma reestruturação da companhia, com a criação da função de diretor de operações global, que será exercida por Gilberto Tomazoni para a posição. Além disso, Wesley Batista Filho, neto de José Batista e filho de Wesley Batista, preso sob acusação de uso de informação privilegiada na negociação de ações da companhia, foi nomeado presidente das operações da JBS na América do Sul, reportando-se a Tomazoni. Ambos faziam parte de uma comissão criada no sábado para auxiliar José Batista, ou Zé Mineiro, como é conhecido o fundador da JBS, na função de presidente.

A reestruturação ocorre no momento em que os filhos de José Batista e principais executivos da empresa, Joesley e Wesley, estão presos, envolvidos em casos relacionados ao pagamento de propinas a políticos e uso de informação privilegiada. A indicação de José Batista está sendo contestada por um dos principais sócios, o BNDES, que estuda ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e na Câmara Arbitral da B3 por considerar que a escolha do presidente não respeitou os direitos dos demais acionistas. O BNDES e outros acionistas e credores defendem a saída da família do comando da empresa após a confissão de que fizeram pagamentos irregulares a políticos em troca de benesses para a empresa.

Tomazoni está na empresa desde 2013, tendo ocupado as posições de presidente da divisão de aves, presidente da Seara e presidente global de operações. O executivo tem mais de 30 anos em posições de liderança no setor de alimentos e é presidente do Conselho de Administração da Pilgrim’s Pride Corporation;

 Batista Filho era até esta data presidente da divisão de carne bovina da JBS USA, após ter ocupado cargos na JBS em cinco países desde 2010, e foi eleito diretor estatutário da companhia em reunião do Conselho de Administração no último sábado.
José Batista manteve André Nogueira como presidente da JBS USA, função que já ocupa desde 2012 e que inclui o comando de todas as operações na América do Norte e na Austrália. Nogueira também se reportará a Tomazoni.
Papel perde 25% no ano

O escândalo envolvendo as denúncias da JBS contra o presidente Michel Temer, a partir de gravações feitas de forma clandestina por Joesley, quase derrubaram o governo e provocaram a reação de instituições federais, como o BNDES e a Caixa Econômica Federal, que indicou que dificultaria a renovação de linhas de crédito para a empresa. A confissão de executivos da JBS que pagaram propinas a diversos políticos e partidos também afastou investidores. Os papéis da empresa caem 25,2% no ano até ontem, segundo dados da Economatica. Desde maio, quando as gravações de Joesley foram reveladas, a ação caiu de R$ 11,30 para R$ 8,50 ontem.

Em nota, o novo presidente da empresa afirma que “A criação do cargo de diretor de operações e a nova estrutura de gestão possibilitará a entrega de resultados cada vez mais robustos”. “São executivos experientes, com todas as qualificações necessárias para manter a JBS no seu caminho de sucesso. ”

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