A Cromossomo Participações, empresa do ex-controlador da Amil, Edson Bueno, que comprou o controle da Diagnósticos da América S/A em fevereiro, informou que entrou ontem com pedido de arbitragem contra a empresa na Câmara de Arbitragem do Mercado (CAM) da BM&FBovespa. O objetivo é escapar da exigência de uma nova oferta para compra das ações restantes por um preço mais alto que os R$ 15 por ação pagos na oferta anterior.
A Cromossomo alega que não está obrigada a cumprir o artigo 45 do estatuto da empresa, que estabelece a necessidade de uma oferta pública adicional se um dos sócios comprar mais de 15% do capital, usando como critério de preço o valor econômico da companhia. Trata-se de uma das chamadas “pílulas de veneno” criadas por algumas companhias para evitar que um dos sócios se tornasse majoritário. Já o Conselho de Administração da Dasa considera que é preciso fazer uma nova oferta e ameaça suspender os direitos de sócio da Cromossomo.
O empresário Edson Bueno, ex-dono da Amil, assumiu o controle da empresa de diagnósticos Dasa por meio de uma oferta pública de aquisição de ações realizada em 10 de fevereiro. A operação movimentou R$ 1,79 bilhão. Por meio de sua empresa, a Cromossomo, Bueno e sua sócia (e ex-mulher) Dulce Pugliese adquiriram 119,539 ações da Dasa, ao preço de R$ 15 por ação.
Antes da operação, Bueno e Dulce já possuíam 23,5% do capital da companhia. A quantidade de papéis comprada no mês passado corresponde a 38,33% do capital da companhia, levando os empresários à participação de 61,83%, garantindo, portanto, o controle da Dasa. A oferta de aquisição foi anunciada no fim do ano passado por Bueno. O empresário manifestou o desejo de comprar uma fatia adicional de 26,41% mais uma ação da Dasa para se tornar acionista controlador da companhia.
A operação, porém, não foi bem aceita por outros sócios da Dasa, como os grandes fundos Oppenheimer, Tarpon e Petros, que têm participação relevante no capital e pressionam agora por uma oferta complementar com valor mais alto.
Fechamento de capital
A Cromossomo informou no dia 19 de fevereiro que poderá realizar nova oferta pública de aquisição de ações da companhia para retirá-la do Novo Mercado, caso não consiga recompor em seis meses o percentual mínimo de ações exigido para listagem no segmento. As regras do Novo Mercado determinam que as ações em circulação da companhia totalizem pelo menos 25% do capital social da empresa. Mas, segundo informações enviadas à BMF&Bovespa na véspera, apenas 13,05% dos papéis da Dasa eram negociados livremente no mercado.