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Confira resultados de balanços e indicação de analistas para ações da Gerdau, Gol, Oi e MRV

A temporada de divulgação de resultados do segundo trimestre continua a todo vapor, trazendo balanços de empresas de diversos setores como Gerdau, Gol, MRV, Iguatemi, entre outras. Confira os principais números apresentados ao mercado pelas companhias e indicações de analistas diante do seu desempenho.

Gerdau, lucro 5% menor

A Gerdau encerrou o segundo trimestre de 2017 com receita líquida de R$ 9,2 bilhões, 11% de redução em relação ao mesmo período do ano anterior. A geração de caixa operacional (Ebitda, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidada ajustada chegou a R$ 1,1 bilhão no segundo trimestre, 7% de diminuição perante ao mesmo período do ano anterior, em razão do menor lucro bruto, parcialmente compensado pela redução de 27% nas despesas com vendas, gerais e administrativas.

O lucro líquido foi de R$ 75 milhões no segundo trimestre, queda de 5% na comparação anual. Apesar do Ebitda ter sido menor no período, a margem Ebitda (relação entre o Ebitda e a receita líquida da empresa) foi melhor, passando de 11,7% no segundo trimestre de 2016 para 12,2%.

Analistas da Coinvalores ressaltam que a perspectiva para os números da Gerdau é de gradual recuperação ao longo dos próximos trimestres, ainda que a demanda doméstica só ganhe ímpeto em 2018. Além disso, questões como o potencial ganho de rentabilidade através do aumento da utilização de sua capacidade instalada e a provável imposição de medidas protecionistas nos EUA podem favorecer os resultados da empresa no médio prazo. A corretora reitera sua recomendação de compra para as ações preferenciais.

Para a equipe do BB Investimentos, o desempenho positivo da Gerdau no segundo trimestre era esperado e ficou levemente acima do previsto, com forte Ebitda e maiores margens. “Houve melhoras em quase todas as ONs na comparação trimestral, com aumento de embarques, exceto na América do Sul. As margens Ebitda também melhoraram comparadas ao trimestre anterior em todos os segmentos. Na comparação anual, a produção total e embarques foram negativamente impactados por uma performance mais fraca na ON Brasil e pelo efeito Espanha “, destacam os analistas.
“Apesar de um melhor primeiro semestre do que o previsto, nos mantemos cautelosos sobre uma recuperação sustentada no setor, com problemas de sobrecapacidade em aço carbono (globalmente) e eventuais deteriorações estruturais na demanda chinesa”, analisa em relatório sobre a Gerdau o banco suiço UBS, que mantém recomendação de venda para as ações.

Gol tem prejuízo de R$ 475 milhões

A companhia aérea Gol teve prejuízo líquido de R$ 474,6 milhões no segundo trimestre de 2017, revertendo o resultado positivo de R$ 252,5 milhões no mesmo trimestre do ano passado, segundo divulgou a empresa na quarta-feira (9/08). As perdas de R$ 225,7 milhões com a variação do câmbio impactaram no resultado. O lucro operacional (Ebit) foi de R$ 37 milhões no segundo trimestre, revertendo resultado negativo de igual período de2016, ajudado pela conclusão de reestruturação que ampliou a utilização das aeronaves.

O resultado operacional da Gol foi o primeiro positivo da empresa para o segundo trimestre em sete anos em bases recorrentes, informou a companhia. A margem Ebit atingiu 2% contra 8% negativos em igual período do ano passado. O Ebitda recorrente ficou em R$ 156 milhões frente a R$ 40 milhões negativos no segundo trimestre de 2016. A margem atingiu 7% ante 3% negativos um ano antes.

Na avaliação da WhatsCall Research, o resultado da Gol no segundo trimestre de 2017 foi em linha com suas projeções; o preço das ações subiu 6,3% para R$ 10,48/ação. “Assim, mantemos a recomendação de Compra com preço-alvo de R$ 12,00/ação e potencial de valorização de 15% até o fim do ano”, destacam analistas em relatório.

MRV Engenharia, lucro 2,3% maior com casa popular

O balanço da MRV Engenharia, companhia que tem foco em imóveis econômicos, registrou crescimento de 2,3% no lucro líquido no segundo trimestre sobre igual período de 2016, atingindo R$ 141 milhões. A receita líquida teve aumento de 2,9%, para R$ 1,128 bilhão. Além de alta nos lançamentos e nas vendas, o resultado líquido refletiu aumento da margem bruta, que passou de 32,2%, de abril a junho do ano passado, para 34% em igual período deste ano. O Ebitda avançou 18,2%, para R$ 191 milhões.

A WhatsCall Research destaca que o resultado do segundo trimestre da MRV, mostrando crescimento em relação ao mesmo período do ano anterior, ocorre em função da alta das vendas líquidas, registradas por conta de distratos menores. “As margens foram maiores devido à redução nos custos de construção (terrenos, materiais e mão de obra). As perspectivas para o setor continuam positivas para o segundo semestre de 2017, e mantemos nossa projeção para o ano. Reiteramos a recomendação de Compra com preço alvo de R$ 18,00/ação e potencial de valorização de 27% até o final do ano”, ressaltam os analistas.

Iguatemi, mais 45% de lucro com shoppings

A Iguatemi, administradora de shopping centers, registrou lucro de R$ 50,9 milhões no 2º trimestre de 2017, um aumento de 45,3%. A alta significativa no período é atribuída pincipalmente ao recuo das despesas financeiras por conta das quedas na alavancagem e no custo da dívida. A receita total cresceu de R$ 162,8 milhões para R$ 169,4 milhões, avançando 4% na comparação anual. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 130,5 milhões, alta de 7,3% em relação ao segundo trimestre de 2016.

Oi: resultados abaixo do esperado e prejuízo de R$ 3,3 bi

Os números apresentados pela operadora Oi vieram bastante fracos, ainda pior do que expectativas de mercado, que já eram pessimistas — refletindo, segundo analistas da Coinvalores, o contexto operacional pressionado por medidas regulatórias, pela atividade econômica interna e em razão da concorrência acirrada.

A companhia teve prejuízo líquido de R$ 3,30 bilhões no segundo trimestre de 2017. O resultado foi impactado por perdas com posições de hedge (contratos em bolsa para proteção contra oscilação do dólar) fechadas por causa da recuperação judicial.

A receita total das operações brasileiras caiu 10,5% em relação ao 2º trimestre de 2016, enquanto a receita das operações internacionais (África e Timor Leste) tombou 76,6%.

No Brasil, o desempenho foi prejudicado pelo corte nas tarifas de interconexão de serviços de voz móvel, além da respectiva queda nas tarifas fixo-móvel, destaca a equipe em seu relatório. Adicionalmente, houve recuo em toda a base de clientes da companhia. A boa nova, dizem os analistas, foi o resultado do significativo plano de redução de custos e despesas operacionais que levou ao avanço anual do Ebitda e sua respectiva margem. “No entanto, a melhora operacional foi mais do que compensada pelas despesas financeiras extremamente elevadas que culminaram em prejuízo líquido por mais um trimestre. Recomendamos tão somente a manutenção de seus ativos em carteiras diversificadas”, diz a Coinvalores.

 

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