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Com dólar fraco, dívida das empresas em bolsa recua em junho; caixa volta aos níveis de 2013

As dívidas das companhias brasileiras de capital aberto caíram pelo terceiro trimestre consecutivo, puxadas para baixo pelo recuo do dólar diante do real no período, segundo levantamento feito pela Economática com dados desde 2010. O caixa das empresas também recuou, voltando aos patamares de dezembro de 2013.

No total, as 259 companhias em bolsa analisadas tinham em junho deste ano uma dívida bruta de R$ 1,235 trilhão. Nesse cálculo, a Economática considerou empréstimos e financiamentos tanto de curto quanto de longo prazo.

No terceiro trimestre do ano passado, a dívida das empresas bateu seu maior nível, com R$ 1,43 trilhão, aponta a Economática. Em relação a junho deste ano, a queda foi de 14%. Já em relação a junho do ano passado, quando o total era de R$ 1,230 trilhão, a dívida bruta ficou praticamente estável.

A queda mostra o impacto do dólar sobre as dívidas das empresas. Na análise do perfil da dívida de 91 empresas que informam esses dados, a Economática constatou que 43,3% dos débitos eram atrelados a outras moedas em junho deste ano.

Caixa cai 13% em 12 meses

Em junho, o caixa dessas 259 empresas era de R$ 277 bilhões, 13,1% abaixo do saldo em junho de 2015, de R$ 319 bilhões. O valor é o menor desde dezembro de 2013, quando bateu em R$ 263 bilhões.

Dívida líquida cresce 5% em 12 meses

A queda no caixa favoreceu o crescimento da dívida líquida das empresas, que equivale à dívida bruta menos o caixa, e que fechou junho em R$ 958 bilhões, 5,27% acima dos R$ 910 bilhões de junho de 2015. O pico da dívida líquida foi setembro de 2015, R$ 1,063 trilhão. Em comparação com junho deste ano, houve queda de 10%.

Na lista das empresas com maior dívida líquida, Petrobras e Vale lideraram. Acompanhe abaixo as 20 companhias de capital aberto com as maiores dívidas líquida em junho deste ano:

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Fonte: Economática

Maior dívida bruta e maior dívida líquida

O setor de petróleo e gás, com a maior dívida bruta do mercado e sete empresas, acumulou R$ 402,6 bilhões ou 32,6% do estoque total de dívidas das companhias. O segundo lugar ficou com o segmento de energia elétrica, com R$ 173,4 milhões ou 14,04%, seguido por alimentos e bebidas, que totalizou R$ 112,9 milhões ou 9,15%.

No caso da dívida líquida mais alta, o setor de petróleo e gás aparece novamente na liderança com R$ 334,2 bilhões ou fatia de 34,9% do total do mercado. Na segunda posição figura mais uma vez alimentos e bebidas, com R$ 133,8 bilhões ou 13,97%, acompanhado por mineração, com R$ 90,6 bilhões ou 9,46%.

O volume do caixa das empresas seguiu as dívidas. O setor de petróleo ficou novamente no topo, com R$ 68,40 bilhões ou 24,67%, acima de energia elétrica, com R$ 39,6 bilhões ou 14,28%, e alimentos e bebidas, R$ 31,8 bilhões ou 11,47%.

Veja a trajetória da dívida bruta, da dívida líquida e do caixa das 259 empresas até o 2º trimestre:

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Fonte: Economática

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