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Braskem elege três conselheiros independentes para substituir nomes da Odebrecht

A Braskem, maior petroquímica das Américas, aprovou, em Assembleia Geral Extraordinária ontem,  a eleição de três conselheiros independentes que vão substituir nomes ligados à sócia Odebrecht, investigada na Operação Lava Jato. Foram eleitos Gesner Oliveira, economista, sócio da GO Consultores e ex-presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da Sabesp, Marcelo Lyrio, ex-presidente do banco ING e ex-sócio da Signatura Lazard no Brasil, e Pedro Marcílio, advogado, ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e sócio da BR Partners.

A empresa fechou um acordo de leniência para pagar R$ 3,1 bilhões e encerrar processos por práticas impróprias dentro das investigações da Operação Lava Jato. A empresa é citada em cinco inquéritos da operação que estão nas mãos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. A empresa tem como principais sócios o Grupo Odebrecht, com 38% do capital, e a Petrobras, com 36%.

Segundo comunicado da empresa, todos são executivos independentes e com renomada experiência no mercado. Eles substituirão, respectivamente, Álvaro Fernandes da Cunha Filho, Antonio Britto Filho e Alfredo Lisboa Ribeiro Tellechea, que representavam a Odebrecht. Os novos conselheiros completarão o restante do mandato em curso, até a assembleia geral que irá apreciar as contas relativas ao exercício que acaba em 31 de dezembro de 2017. Com essas eleições, o Conselho de Administração da Braskem passa a contar com sete membros independentes, de um total de onze.

“Essas mudanças demonstram o empenho da Braskem em reforçar a transparência e a capacidade de julgamento independente, em linha com o compromisso da companhia de atuar de forma ética, íntegra e transparente, em conformidade com as leis, normas e regulamentos aplicáveis”, diz Everson Bassinello, CCO da Braskem.

Área de conformidade

Desde sua criação, há menos de um ano, a área de Conformidade (compliance) da Braskem estruturou seus processos e reforçou sua estrutura, triplicando sua equipe, que agora conta também com Compliance Officers para Estados Unidos, Europa e México, informou a empresa. Participa nos grupos de trabalho Anticorrupção da ONU e Integridade do ETHOS.

A companhia diz ainda que criou um Sistema de Conformidade, com dez medidas estruturadas nos pilares Prevenção, Detecção e Remediação, e estruturou um Programa de Aprimoramento de Conformidade, composto por 154 iniciativas de melhoria do ambiente, sendo que 62 já foram concluídas até maio deste ano.

“Entre os aprimoramentos, há a terceirização do canal de denúncias ‘Linha de Ética’, que teve o objetivo de proporcionar maior imparcialidade e credibilidade”, afirma Bassinello. Para garantir a conformidade na cadeia, a companhia promoveu, no início de 2017, a análise de riscos de corrupção em 6.600 terceiros ativos (provedores de bens e serviços, consultorias, escritórios de advocacia etc), sendo que, destes, aproximadamente mil passarão por Due Diligence de Integridade pela área de Conformidade.

O Conselho de Administração aprovou a Política de Conformidade com orientações que devem ser praticadas de forma convicta, responsável e irrestrita em toda a Braskem, destaca Bassinello. Os integrantes da empresa foram sensibilizados, por meio da realização de 21 treinamentos presenciais, para 560 integrantes globalmente, entre Conselheiros de Administração, líderes e cargos de maior exposição – que serão multiplicadores de conformidade para suas equipes e parceiros.

A área de conformidade também promoveu 71 workshops de avaliação de riscos de compliance, com envolvimento de 306 líderes nos trabalhos de identificação, análise e tratamento de riscos. Também foram definidas metas de conformidade atreladas ao bônus dos gestores, reforçando nosso engajamento e comprometimento com os desafios do Programa de Conformidade.

 

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