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Bolsas caem no exterior e Ibovespa perde 1,7%; dólar comercial volta para R$ 3,91; petróleo cai 3%

Os mercados internacionais voltaram a ficar agitados hoje, com o receio da repercussão da crise na Turquia sobre os bancos europeus e os países emergentes e com a continuidade da guerra comercial promovida pelos Estados Unidos, que pode afetar a economia chinesa. Na Ásia, o Índice da Bolsa de Xangai caiu 2% e o Nikkei, do Japão, 0,68%. Na Europa, o Índice Euro Stoxx 600 cai 1,36%, com o DAX da Alemanha perdendo 1,6%. Nos Estados Unidos, o Dow Jones cai 1%, o Standard & Poor’s 500, 1,09% e o Nasdaq, 1,6%. No Brasil, o Índice Bovespa perde 1,7%, para 77.308 pontos.

Os preços das commodities também estão em queda, diante do receio do impacto da guerra comercial no crescimento global. O cobre, metal ligado à construção civil e à indústria, está em queda de 3%. O petróleo tipo WTI cai 3,42% em Nova York, para US$ 64,78 o barril, enquanto o Brent, de Londres, perde 2,59%, para US$ 70,59. Os juros americanos dos papéis de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos, vistos como proteção nas crises, caem 0,05 ponto percentual, para 2,85% ao ano. E o dólar sobe em relação à maioria das moedas. No Brasil, a moeda americana está em alta de 1,2% no mercado comercial, de atacado, vendida a R$ 3,91, enquanto o turismo, de varejo, é vendido entre R$ 4,06 e R$ 4,14, com forte instabilidade. .

No mercado futuro de juros, as taxas para janeiro de 2019, que dão a projeção para a Selic deste ano, estão em 6,71%, para 6,66% ao ano ontem. ” Alta dos juros só não é maior por conta dos dados de inflação e de atividade divulgados pela Fundação Getulio Vargas e pelo Banco Central, respectivamente”, afirma Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da corretora Nova Futura. O IGP-10 desacelerou em agosto para 0,51% e o índice de atividade do BC, o IBC-Br, do segundo trimestre, veio com queda de 0,99%.

Hoje, o presidente da Turquia, Recep Erdogan, manteve seu estilo desafiador ao anunciar restrições para produtos importados dos Estados Unidos, em resposta à decisão de Donald Trump de impôr tarifas altíssimas sobre alumínio e aço turcos. Trump exige a libertação de um pastor americano preso na Turquia acusado de ligações com grupos curtos, contrários a Erdogan.

A disputa com os EUA agrava a situação da economia turca, que tem um déficit externo elevado e uma dívida alta no exterior. Empresas e pessoas também estão altamente endividadas por conta de uma política do governo de incentivar a tomada de empréstimos. E o presidente Erdogan interfere nas políticas do Banco Central da Turquia, ao impedir a instituição de subir os juros para combater a inflação, hoje na casa dos 15% ao ano, mas que deve disparar após a forte desvalorização da lira. Sem os instrumentos tradicionais de ajuste, como juros e corte de despesas do governo, o BC turco tem atuado dando liquidez para os bancos e colocando restrições para a venda e transferência de recursos do país.

Hoje, a lira turca está em alta novamente, pelo segundo dia, com o dólar negociado a 6,03 liras, 5% menos que ontem. País estratégico tanto para a Europa como para o Oriente Médio, a Turquia usa se peso político para tentar negociar apoio econômico e evitar medidas duras de ajuste para a economia, que poderiam afetar a popularidade de Erdogan.

No Brasil, o clima de incerteza continua com a indefinição do cenário político. Hoje termina o prazo para as chapas apresentarem seus registros na Justiça Eleitoral e o PT vai levar adiante a chapa liderada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar de ele estar preso e, supostamente, inelegível pela Lei da Ficha Limpa. O partido e seus aliados fazem manifestações para caracterizar uma eventual cassação da chapa como um ato de perseguição ao ex-presidente, que vai posar de vítima até o fim da disputa, concorrendo ou não. O PT deve buscar todas as formas de recursos possíveis para manter a candidatura e o nome de Lula na mídia.

Enquanto isso, outros candidatos seguem buscando crescer nas pesquisas. Hoje, pesquisa do Instituto Paraná mostrou Jair Bolsonaro do PSL com 23,9% das intenções de voto, estável em relação aos 23,6% da pesquisa anterior, no cenário sem Lula. Já Marina Silva caiu de 14,4% para 13,2% e Ciro Gomes ficou praticamente estável, com 10,2% das intenções. Geraldo Alckmin cresceu de 7,8% para 8,5%, Álvaro Dias, de 5% para 4,9% e Fernando Haddad, o plano B do PT, ficou com 3,8%, mais que os 2,8% da pesquisa anterior.

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