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BM&FBovespa pressiona e Saraiva adia assembleia para depor conselheiros da GWI

A Saraiva Livreiros adiou para dia 25 a assembleia para discutir a destituição do conselheiro Mu Hak You e da integrante do Conselho Fiscal indicada por You, Ana Maria Loureiro Recart. A data inicial era dia 16, um sábado, e foi adiada, segundo fontes, por pressão da BM&FBovespa, que achou o prazo entre o anúncio, na segunda-feira, dia 5, e a assembleia muito curto para um assunto delicado: a retirada de um acionista minoritário do conselho pelo controlador.

O empresário sul-coreano Mu Hak You é dono da gestora GWI, que também pode ter seus direitos de acionista da Saraiva suspensos na mesma assembleia. Ele se indispôs com a família Saraiva, que controla a empresa. A família quer também aprovar uma ação de responsabilidade contra os dois conselheiros e acusa o minoritário de exagerar nos pedidos de informação e usar dados em proveito próprio nas negociações dos fundos da GWI. Acusa também o empresário e a conselheira fiscal de terem “invadido” a sede da empresa numa sexta-feira de feriado prolongado, e levanta suspeitas de que os fundos da GWI manipularam os preços das ações da Saraiva no mercado.

Conhecido por suas estratégias arriscadas no mercado de ações, que levaram alguns de seus fundos a perderem tudo, sendo que um deles chegou a precisar de depósitos extras para cobrir os prejuízos, You rebate as acusações e alega que apenas exerceu seus direitos de acionista minoritário, cobrando informações e mais eficiência da empresa. Ele alega que a Saraiva enfrenta problemas de gestão e acusa os controladores de quererem “calar e expulsar acionistas que questionam seus métodos nada profissionais de gestão”.

You tem cerca de 40% das ações preferenciais (sem voto) da Saraiva, adquiridas a partir do ano passado, o que lhe deu o direito de eleger um conselheiro. O empresário reclama que a Saraiva queria distribuir bônus aos executivos mesmo tendo registrado prejuízo e que as informações dadas para os conselheiros são “pífias”, por isso os pedidos de dados constantes. Ele nega a invasão da sede da empresa e diz que foi visitar a diretoria num dia útil após o feriado e não encontrou ninguém.

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