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Tragédia em Mariana derruba ações da BHP; prejuízos podem chegar a US$ 1 bi

Descrito como “catastrófico”, o estouro da barragem da Samarco, joint venture da Vale e da anglo-australiana BHP Billiton, em Mariana (MG), poderá custar até US$ 1 bilhão, o que inclui a limpeza e reconstrução da cidade, segundo o analista do Deutsche Bank em Sydney Paul Young, em entrevista ao jornal The Wall Street Journal. O assunto chamou a atenção da imprensa internacional e mexeu com as ações das duas mineradoras nos mercados no exterior.

Além da indenização e dos gastos com a recuperação das áreas atingidas, haverá o impacto da paralisação das atividades da mineradora e seu efeito negativo nas receitas da Vale e da BHP. O banco alemão ainda espera que a Samarco tenha de rever todas suas concessões e autorizações ambientais, um movimento que poderá afetar todo o setor de mineração no país.

Após a tragédia, na semana passada, as ações da BHP na Austrália fecharam o dia com queda de 5,6%, registrando perdas totais de mais de 7% desde a notícia do acidente, atingindo seu menor nível em sete anos, de acordo com a reportagem. Hoje, os papéis continuam com forte baixa. Em resposta aos questionamentos do jornal, a BHP informou que a Samarco, na qual tem 50% do capital, foi responsável “pela totalidade” das operações na mina de minério de ferro da região.

Dúvida sobre o seguro

Analistas do Morgan Stanley disseram que ainda não está claro se o seguro cobrirá parte do custo da Samarco, que opera como uma empresa independente. A Samarco conta com US$ 700 milhões em caixa e uma dívida de US$ 4,9 bilhões, segundo seu balanço do fim de junho. Provavelmente, a joint venture terá que pedir novas licenças ambientais. As autoridades locais confirmaram a morte de três pessoas e o desaparecimento de outras 28.

A paralisação da Samarco reduzirá sua produção de minério de ferro este ano, tornando ainda mais difícil a promessa da companhia de manter ou elevar seus dividendos aos acionistas. A joint venture representou cerca de 3% dos lucros da BHP em 2014. “Este acidente vai adicionar mais pressão ao fluxo de caixa, crescimento e dividendos da BHP”, apontou o Deutsche.

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