Arena Renda Fixa, Títulos Privados

Ibovespa sobe 1,5% e bate recorde com 75.756 pontos; no ano, índice sobe 25,78%

Principal indicador de desempenho das ações negociadas na bolsa brasileira B3, o Ibovespa bateu hoje mais um recorde nominal ao encerrar o dia em 75.756 pontos, alta de 1,47% em relação ao pregão de ontem. Durante o dia, o índice chegou a registrar 75.820 pontos, novo recorde durante o pregão (intraday). Isso mostra que o pregão terminou pressionado para cima, perto da máxima.  O recorde anterior do Ibovespa, de 74.787 pontos, havia sido registrado na última quarta-feira, 13 de setembro de 2017.

No ano, o Ibovespa acumula valorização de 25,78%. Só nos primeiros 15 dias desde mês o Ibovespa já subiu 6,95%, batendo 10,83% em 30 dias. Na semana, a alta foi de 3,66%.

O recorde de hoje também foi reforçado ainda por um volume financeiro elevado, de R$ 15,8 bilhões, quase o dobro da média do ano, de R$ 8,168 bilhões por dia, e do mês, de R$ 9,574 bilhões, reflexo de que a tendência de alta continua forte. Houve muita troca de ações entre estrangeiros, provavelmente entre os que já ganharam bastante e os atrasados, que estão entrando no mercado brasileiro agora.

Estrangeiros trouxeram R$ 2,9 bi para a bolsa

Os estrangeiros já trouxeram R$ 2,933 bilhões para a bolsa brasileira apenas nos primeiros 15 dias deste mês, completando o terceiro mês consecutivo de entradas líquidas e elevando o saldo no ano para R$ 13,917 bilhões. Os investidores externos representam 46% do volume financeiro deste mês, perdendo espaço para as pessoas físicas, que respondem por 18,9% e para os institucionais, com 28,7%.

Houve também um leilão de ações da Ser Educacional que sozinha movimentou R$ 700 milhões. Um dos vendedores, que não foram identificados, é sócio da empresa.

O recorde anterior do Ibovespa, de 74.787 pontos, havia sido registrado na última quarta-feira, 13 de setembro de 2017.

Ainda longe do recorde real

Apesar da alta nominal, o Ibovespa ainda está longe da máxima em termos reais, ou seja, considerando a inflação desde maio de 2008, ou em dólar. Para voltar ao nível real recorde, o índice teria de dobrar de valor. Mesmo assim, analistas veem com cautela a alta atual. A maioria diz que ainda há espaço para altas, mas lembram que o cenário político ainda está muito conturbado, com novas denúncias contra o presidente Michel Temer, assim como o econômico, com o país ainda dando os primeiros sinais de saída da maior recessão da história e sem perspectiva para aprovação de reformas importantes como as da Previdência.

Porém, a recuperação da economia acima do previsto inicialmente e o impulso da melhora do cenário externo acabam ajudando na alta. As bolsas nos EUA voltaram a fechar com recordes hoje,  com o Dow Jones subindo 0,29%, o Standard & Poor’s 0,18% e o Nasdaq, 0,30%, com as maiores pontuações da história. Há uma enorme liquidez e juros baixos sem perspectiva de alta que continuam inundando os mercados e puxando as bolsas para cima.

Maiores altas no dia no mês e no ano

As maiores altas do Ibovespa hoje foram de Klabin Unit, 4,86%, seguida de CSN ON, 4,43%, BR Malls Participações ON, 4,39% e Multiplan ON, 3,94%. Somente três ações das 60 do índice caíram: Engie Brasil ON, 2,12% , Equatorial ON, 1,01% e Petrobras ON, 0,45%.

A alta do Ibovespa neste ano está sendo puxada por Usiminas PNA, com 111,71% de alta, seguida de Qualicorp ON, 97,33%, Smiles ON, 97,19%, Localiza ON, 90,94% e Estácio Participações ON, 83,51%.

Já o movimento mais recente, deste mês, está concentrado em Usiminas PNA também, com 25,98%, mas também em CSN, com 24,86%, empresa endividada que se beneficia da queda dos juros, e por Eletrobrás ON e PNB, que sobem 22,25% e 19,97%, respectivamente. Smiles ON sobe 18,03%, Natura ON, 17,49% e Lojas Renner ON, 14,48%, mostram a aposta do mercado na recuperação do consumo com a retomada da economia.

Artigo AnteriorPróximo Artigo