O presidente do Grupo Bradesco Seguros e Previdência, Marco Rossi, classificou como desnecessária a “Segurobras”, estatal criada por Medida Provisória pelo governo e aprovada na semana passada no Congresso para cuidar das grandes obras de infraestrutura que o país deve fazer até a Copa de 2014. O projeto foi para sanção presidencial, e há pressão do setor privado para que a presidente Dilma Roussef vete a empresa.
O executivo explica que a estatal seria criada para fazer algo de que as seguradoras privadas já dão conta. “As seguradoras em operação já são perfeitamente capazes de atender às necessidades do mercado”, diz Rossi, que participou do encontro Apimec Bradesco, realizado em São Paulo.
Segundo ele, o impacto de concorrência da criação da estatal para o Bradesco “é zero, porque o banco quase não atua nessa área de grandes obras”.
Mesmo com a possibilidade de a estatal estender sua área de atuação para o varejo, entrando nos segmentos de automóveis, residencial, dentre outros, o executivo garante que não há ameaça. “Nós estamos, assim como o mercado, bem preparados e equipados para atender às demandas”, afirmou.
Segurobras
No papel, a empresa deve receber o nome de Agência Brasileira Gestora de Fundos e Garantias. Ela será criada, segundo reportagem da Folha de São Paulo, para viabilizar as apólices e garantias de obras de infraestrutura.
As seguradoras privadas, em geral, são contrárias à criação da estatal, porque consideram que ela teria condições privilegiadas para ganhar mercados de interesse do governo, como o das obras de infraestrutura.