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Na Venezuela, Maduro proíbe manifestações dois dias antes de eleição da Constituinte

O governo da Venezuela anunciou ontem, quinta-feira, que estão proibidas, a partir de hoje, todas as manifestações públicas que possam atrapalhar a realização da eleição dos representantes da Assembleia Nacional Constituinte no domingo, alertando também que aqueles que descumprirem a determinação poderão sofrer sanções penais. As informações são da agência de notícias EFE.

“Estão proibidas em todo o território nacional as reuniões e manifestações públicas, concentrações de pessoas e qualquer ato similar que possam perturbar ou afetar o normal desenvolvimento do processo eleitoral”, disse o ministro do Interior, Néstor Reverol, em um discurso transmitido em rede nacional de televisão.

Prisão de cinco a dez anos

“Quem organize, apoie ou instigue a realização de atividades dirigidas a perturbar a organização e o funcionamento do serviço eleitoral ou da vida social do país será punido com prisão de cinco a dez anos”, completou o ministro.

A Mesa da Unidade Democrática (MUD), principal aliança de oposição ao governo, convocou para esta sexta-feira uma mobilização batizada “Tomada de Caracas”. Trata-se de mais um ato para pressionar o presidente do país, Nicolás Maduro, a retirar a proposta de Constituinte.

Militares nas ruas

Além disso, as Forças Armadas da Venezuela tomarão o controle de vários órgãos estatais e municipais da Polícia hoje. Os militares ficarão nesses locais até o processo eleitoral de domingo (30).

“Credenciamos um grupo de oficiais da Força Armada Nacional Bolivariana (…) que estará encarregado e terá o controle operacional dos corpos estatais da Polícia e 19 corpos municipais de Polícia”, anunciou Reverol em um discurso conjunto com os ministros de Defesa e a presidente do Poder Eleitoral.

Proibida venda de bebidas e fogos de artifício

Reverol também antecipou a adoção de medidas habituais em dias de eleições, como maior fiscalização das fronteiras do país e a proibição de venda de bebidas alcoólicas. Foram proibidas também a comercialização de fogos de artifício.

As eleições dos representantes para a Constituinte ocorrem em meio a vários atos de desobediência civil promovidos pela oposição para impedir um processo considerado fraudulento.

Governadores e prefeitos da oposição têm o controle alguns órgãos regionais de Polícia, que receberão intervenção das Forças Armadas a partir de hoje.

Mortos em confrontos sobem para 108

Um policial venezuelano morreu nesta sexta-feira (28) depois de receber um disparo na cabeça durante uma manifestação ocorrida ontem no estado de Mérida, ao Oeste da Venezuela, informou o Ministério Público.

A vítima foi identificada como Oneiver Quiñones e, de acordo com a versão preliminar da procuradoria, “recebeu um disparo na cabeça” quando estava em um protesto na cidade andina de Ejido, em Mérida.

O agente do corpo de segurança regional foi ferido na quinta-feira (27) e morreu hoje no hospital onde estava sendo atendido, segundo o comunicado.

O Ministério Público não disse até o momento as circunstâncias nas quais o polícial recebeu o disparo, ou se este participava de atividades de restituição da ordem pública quando foi atingido.

Na jornada de ontem, na qual se completaram 48 horas de greve geral convocada pelos manifestantes contra o governo, um funcionário da Polícia Nacional Bolivariana foi ferido na paróquia de Candelaria, em Caracas, segundo informou também o Ministério Público.

Esta nova morte, a oitava que se registra dentro das 48 horas de greve, aumenta para 108 o total de mortos em locais de manifestações que, desde o último mês de abril, se espalham pelo país caribenho e que deixaram mais de 1mil detidos.

As informações são da Agência Brasil.

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