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Déficit externo diminui em julho e investimento direto cresce; viagens aumentam 38%

Em julho, as transações correntes do país com o exterior, que consideram o resultado da balança comercial e de pagamentos de serviços, apresentaram deficit de US$ 3,4 bilhões, abaixo dos US$ 3,951 bilhões do mesmo mês do ano passado. Foi o primeiro déficit em quatro meses.

O forte superávit comercial segue contribuindo para os bons resultados na conta corrente, mas o aumento nas remessas de lucros e dividendos e o pagamento sazonal de juros pressionaram o resultado mensal, avalia o Itaú em relatório. “Esperamos que a combinação de preços de commodities em média mais baixos do que no início do ano e alguma recuperação da demanda doméstica resultem em déficits um pouco maiores nos próximos meses”, diz o banco. Ainda assim, o déficit em conta corrente deve permanecer em patamar baixo ao longo deste ano, ajudado pelo bom desempenho da balança comercial.

No acumulado nos últimos doze meses, o deficit externo foi de US$ 13,8 bilhões, equivalente a 0,71% do Produto Interno Bruto (PIB), bem abaixo dos US$ 27,753 bilhões do mesmo período encerrado em julho de 2016, equivalentes a 1,55% do PIB.

Investimento direto

Na conta financeira, a ampliação dos passivos superou o incremento dos ativos em US$ 3,0 bilhões, destacando-se o ingresso líquido US$ 4,1 bilhões em investimentos diretos no país, para US$ 209 milhões no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, o saldo dos investimentos estrangeiros está em US$ 84,5 bilhões nos doze meses encerrados em julho, ou 4,37% do PIB.

Viagens, gasto aumenta 38%

A conta de serviços registrou deficit de US$ 3 bilhões em julho, elevação de 31% em relação ao mesmo mês do ano anterior. As despesas líquidas com viagens internacionais totalizaram US$ 1,4 bilhão, 60,7% superiores às registradas em julho de 2016, resultado de elevação de 38% nos gastos em viagens ao exterior, e redução de 5,5% nas receitas auferidas em viagens ao país. A conta de aluguel de equipamentos apresentou deficit de US$1,1 bilhão em julho, diminuição de 26,2% comparativamente ao mesmo mês do ano anterior.

Remessas de lucros crescem 29%

As despesas líquidas de renda primária alcançaram US$ 6,6 bilhões no mês, acréscimo de 6,3% com relação a julho de 2016. As despesas líquidas com juros alcançaram US$ 4,5 bilhões, 1,6% abaixo do ocorrido no mesmo mês do ano anterior. As remessas líquidas de lucros e dividendos totalizaram US$ 2,1 bilhões no mês, aumento de 28,9% quando comparadas às observadas em julho de 2016.

No mês, a conta de renda secundária registrou ingressos líquidos de US$144 milhões, 36,2% inferiores ao observado em julho do ano passado. As transferências pessoais enviadas ao exterior superaram aquelas recebidas do exterior em US$2 milhões.

Os fluxos líquidos de investimentos diretos no exterior atingiram US$ 502 milhões no mês, e US$ 1,4 bilhão no período de janeiro a julho, ante US$ 6,6 bilhões ocorridos no mesmo período de 2016.

Investimento direto dispara

Os investimentos diretos no país, destinados ao setor produtivo, totalizaram ingressos líquidos de US$ 4,1 bilhões no mês (ingressos de US$ 2,6 bilhões em participação no capital e de US$ 1,5 bilhão em operações intercompanhias), e US$ 40,4 bilhões de janeiro a julho de 2017, 18,6% acima do ocorrido no mesmo intervalo de 2016.

Os passivos de investimentos em carteira, onde entram compras de ativos financeiros, como ações e títulos,  somaram ingresso líquido de US$ 3,7 bilhões no mês, incluindo aplicações líquidas de US$ 1,6 bilhão em títulos de renda fixa negociados no mercado doméstico, e US$ 2,2 bilhões em ações e fundos de investimento. Os títulos negociados no mercado externo registraram amortizações líquidas de US$ 282 milhões em julho.

Os passivos de outros investimentos totalizaram amortizações líquidas de US$ 223 milhões em julho, incluindo ingresso líquido de US$1,5 bilhão em créditos comerciais e adiantamentos, e amortizações líquidas de US$ 1,4 bilhão em empréstimos.

Reservas internacionais

Em julho, com o retorno de US$ 1,2 bilhão ao Banco Central, e zeragem do estoque de linhas com recompra, as reservas internacionais totalizaram US$ 381 bilhões, tanto no conceito liquidez como no conceito caixa, acima dos US$ 369 bilhões de caixa e US$ 377 bilhões em liquidez de julho do ano passado.

Contribuíram para a elevação do estoque, as receitas de remuneração das reservas, US$ 330 milhões, e as variações por preços e paridades, US$ 130 milhões e US$ 2,1 bilhões, respectivamente.

Dívida externa

A posição da dívida externa bruta estimada para julho de 2017 totalizou US$ 306,1 bilhões, redução de US$ 8,2 bilhões em relação ao estoque de março de 2017. A dívida externa estimada de longo prazo atingiu US$ 259,9 bilhões, redução de US$ 1,8 bilhão, enquanto o endividamento de curto prazo somou US$ 46,2 bilhões, redução de US$ 6,3 bilhões no mesmo período.

Dentre os determinantes da variação da dívida externa de longo prazo, destacaram-se os desembolsos de títulos do setor financeiro, US$ 1,3 bilhão, as amortizações de empréstimos de outros setores, US$ 3,7 bilhões, e de títulos do governo, US$ 763 milhões, e elevação decorrente de variação cambial, US$1,3 bilhão. Com relação ao curto prazo destacaram-se as amortizações de empréstimos tomados pelo setor financeiro, US$ 5,2 bilhões, e por outros setores, US$ 1,3 bilhão.

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