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UBS: PIB brasileiro deve ficar acima do esperado no 2º trimestre; melhora maior será em 2017

Os dados preliminares sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre deste ano deverão apontar recuo de 0,2%, na base anual, melhor do que o esperado e acima do consenso de -0,6%, reforçando a tese de que a economia brasileira está no fundo do poço, mas que sua recuperação pode surpreender. A análise é do UBS.

Segundo a avaliação do banco suíço, apesar do desempenho ainda fraco das vendas no varejo, a produção industrial cresceu 1,2% no trimestre, liderada pelos bens de capital. De olho nessas perspectivas, a instituição melhorou sua projeção para o PIB este ano de -3,5% para -2,8% e para 1,7% para 2017, contra previsão anterior de 0,80%. Os dados oficiais do PIB local de abril a junho serão divulgados em 31 de agosto.

Caso esse cenário de recuperação mais rápida se concretize, os riscos de uma recessão mais profunda em 2016 serão reduzidos, de acordo com relatório da casa.

Para os analistas Guilherme Loureiro, Thiago Carlos e Rafael De La Fuente, essa retomada do crescimento, do lado da oferta, pode ser puxada pelo setor agrícola, seguido do crescimento surpreendente do setor industrial, enquanto os serviços poderiam recuar. No lado da demanda, o destaque poderia vir dos investimentos, ao passo que o consumo privado poderia recuar. 

Mesmo com a visão otimista sobre o país, o UBS apontou como fator de comprometimento da recuperação econômica brasileira a instabilidade política, que poderia levar o governo a fraquejar na busca pelas reformas que garantiriam a estabilidade fiscal do país. Os brasileiros aguardam agora uma decisão final sobre impeachment no Senado, de acordo com os analistas, o governo interino de Michel Temer tem dado indicações de que pode negociar com a maioria do Congresso, já fortalecido por sua equipe econômica reformista.

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