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S&P reafirma rating e perspectiva negativa para o Brasil por déficit fiscal e Lava Jato

A agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) divulgou hoje relatório reafirmando as notas de crédito do Brasil, “BB” de longo prazo internacional e local. A perspectiva de longo prazo para o país segue negativa. A agência também manteve a nota de curto prazo internacional e local em “B”. Já a nota local ficou em “brAA-“, também com perspectiva negativa.

Para a agência, os consideráveis desafios fiscais e econômicos do Brasil implicam na necessidade de um comprometimento com políticas rigorosas. Apesar de reconhecer os progresso em uma correção fiscal de médio prazo sob administração de Michel Temer, incertezas políticas, novas pressões fiscais de governos locais (estados e municípios em crise) e uma economia fraca implicam em um longo, prolongado ajuste.

A agência espera que a economia brasileira cresça pouco nos próximos anos, depois de uma significativa queda no Produto Interno Bruto (PIB) desde 2014. O déficit público deve ficar em média em 7% do PIB de 2017 a 2019 e a dívida do setor público deve crescer para 67% do PIB até 2019.

A perspectiva negativa para o país reflete o risco que a estratégia do governo em estabilizar a economia e sua posição fiscal seja prejudicada pela dinâmica política fluída após três anos de recessão e pelo potencial de consequências das investigações de corrução. A agência se refere indiretamente à Operação Lava Jato, que pode atingir figuras ligadas ao governo.

A nota de crédito do país influencia os juros que o governo e as empresas pagam em suas emissões no exterior e no mercado local.

Alguns grandes investidores internacionais, como fundos de pensão, só podem investir em papéis de países e empresas com determinada nota de risco. Esse limite é chamado “grau de investimento”, que indica menor risco de um calote. O Brasil perdeu o grau de investimento de várias agências em 2015 e, pelo jeito, vai demorar ainda um bom tempo para recuperá-lo.

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