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S&P: envelhecimento reduz crescimento na América Latina e exigirá mais produtividade

O envelhecimento da população na América Latina, depois de ajudar no desenvolvimento dos países nas últimas décadas, com o chamado “bônus demográfico”, deverá prejudicar o crescimento na região nos próximos dez anos e exigirá um aumento da produtividade das economias, segundo estudo da S&P Ratings.

De acordo com o levantamento, a forte expansão da força de trabalho vista nas últimas décadas na região, impulsionada pela redução de crianças, pelo crescimento da população em idade ativa e por uma participação maior das mulheres, será proporcionalmente mais fraca no futuro. Haverá ainda um aumento da participação dos mais velhos na população.

No cálculo da agência de classificação de risco americana, a força de trabalho latino-americana tem contribuído com uma média anual de dois pontos percentuais para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real nas principais economias da América Latina entre 2006 e 2015.

No entanto, essa média deverá passar para 1,4 ponto percentual até 2026. Na análise pelo PIB real per capita, ou seja, o PIB dividido por sua população, a demografia contribuiu com uma média anual de 0,8 ponto percentual para o crescimento nos últimos dez anos, o que também deverá cair para 0,4 ponto percentual na próxima década.

Para a S&P, a menos que a produtividade do trabalho aumente na região, o crescimento do PIB tenderá a recuar, pressionando cada vez mais a renda da América Latina. Dez anos atrás, a população em idade ativa da região se expandiu a um ritmo saudável de 1,8% por ano, em média, acima da taxa global de 1,6% e, sem surpresa, muito maior do que 0,4% das economias avançadas.

Já a expectativa de vida na América Latina continua crescendo, atualmente, em torno de 74 anos e deverá atingir os 77  anos nos próximos dez anos. Além disso, as taxas de fertilidade têm diminuído rapidamente. A taxa de fecundidade da região caiu para 2,2 em 2015, de 3 em 1995, e deverá atingir os 2 em 2025, ante a média global de 2,4.

Para a consultoria, o crescimento anual da população em idade ativa na América Latina desacelerará para 1,3% em 2025, inferior à taxa de crescimento de 1,5% estimada para todas as economias em desenvolvimento. Na Argentina, Brasil, Chile e Colômbia, as populações com 16 anos ou mais deverão crescer 1,2% ao ano, em média, durante a próxima década, menos do que o México (1,7%), Peru (1,6%) e Venezuela (1,6 %), puxados para baixo por suas taxas de fertilidade mais fracas. 

Confira a dinâmica da contribuição demográfica e da força de trabalho para o crescimento real do PIB:

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Acompanhe o crescimento médio anual da população em idade ativa desde 1955, com estimativas até 2050:

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Fonte: S&P Ratings

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