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Semana terá queda da Selic para 11,25%, ou menos; dívida dos Estados e reforma trabalhista

A semana mais curta pelo feriado da Sexta-Feira Santa deverá ser marcada pela reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), que deve reduzir os juros básicos da economia de 12,25% para 11,25% ou menos. Analistas apontam para a fraqueza da inflação, reforçada pelos dados no atacado do IGP-DI e do varejo do IPCA divulgados na semana passada. Ao mesmo tempo, a economia ainda com baixa atividade abre espaço para uma queda maior dos juros.

Queda mais acelerada

O Bradesco mudou sua estimativa esta semana e passou a prever uma queda mais veloz dos juros, com um corte de 1 ponto percentual agora e mais um na reunião seguinte, acompanhados de mais um corte de 0,75 ponto e mais dois de 0,5 ponto, levando a taxa para 8,5% no fim deste ano. O banco trabalhava com só um corte de 1 ponto agora. A taxa continuaria nesse nível de 8,5% ao ano até o fim do ano que vem, o que significaria mudança no cálculo da caderneta de poupança, que se tornará mais competitiva com o juro mais baixo diante de outras aplicações e atrairá mais recursos. A aceleração dos cortes de juros se justifica pela queda da inflação, que deve fechar este ano em 3,9% e 4,5% em 2018, segundo o Departamento Econômico do Bradesco.

Não dá para cortar menos de 1 ponto

Para o Banco Fator, a redução será de 1 ponto percentual, para 11,25%, por unanimidade, diante dos péssimos resultados recentes dos indicadores de atividade dos benignos indicadores de inflação. Segundo o Fator, os comunicados do BC no relatório trimestral de inflação, falando em intensificação moderada do ritmo de flexibilização monetária, torna difícil o Copom não cortar os juros em  1 ponto e justifica as apostas em cortes maiores, de até 1,25%.

Juro real ainda muito alto

A próxima discussão, prevê o Fator, é a taxa estrutural da economia brasileira, que, considerando o juro de 360 dias prefixado e a inflação de 4% seria de 5,4% hoje. nos cálculos do banco. Ou seja, os juros reais para manter a inflação sob controle e a economia crescendo seriam de 5,4%. Mas, com o juro a 11,25%, a Selic real seria de 7%, ou seja, ainda bem acima da taxa de juros estrutural. Por isso, o banco aposta em uma Selic abaixo de 9% no fim do ano, mais precisamente em 8,5%, com o Bradesco. Outros bancos, como o BNP Paribas, trabalha com juros ainda menores, de 8% no fim deste ano.

Vendas no Varejo

Além disso, o IBGE divulgará as vendas no varejo e ao setor de serviços de fevereiro, que darão uma ideia de como está a recuperação da economia. O Banco Fator acredita que o varejo deve ter ido mal e o setor de serviços não deve ter melhoras relevantes.

Dívida dos Estados e parecer da reforma trabalhista

Já no cenário político, a expectativa é com a votação do projeto de renegociação da dívida dos Estados na Câmara, que pode acontecer amanhã, segunda-feira. Há uma queda de braço entre governadores e o Executivo em torno das contrapartidas exigidas para a renegociação, que podem influenciar os esforços de ajuste fiscal do governo de Michel Temer.

O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), relator do projeto da reforma trabalhista, apresentará seu parecer na próxima quarta-feira, dia 12. Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia , afirmou que pretende votar a reforma no dia 19 de abril O texto inclui, entre outras mudanças, o fim do imposto sindical, a flexibilização da jornada de trabalho e o respeito aos acordos coletivos, que passariam a prevalecer em relação à legislação.

Há ainda no cenário político a continuidade das discussões sobre a reforma da Previdência, que deverá ter cinco pontos alterados, segundo o relator Arthur Maia. Ele apresentará seu parecer na outra semana, no dia 18.

EUA e Rússia trocam farpas e movem navios de guerra

No exterior, prossegue a tensão entre Estados Unidos e Rússia após o ataque a uma base aérea do governo sírio. A Rússia moveu um navio de guerra para o Mediterrâneo e protestou, aliando-se ao Irã para defender o governo de Bashar al Assad na Síria. Os americanos, por sua vez, dizem que a intenção é combater o Estado Islâmico, mas afirmam que estão dispostos a ir além, o que mostra uma disposição do presidente americano Donald Trump de reforçar o protagonismo do país no exterior. Reforça essa visão o deslocamento de um navio americano para perto da Coreia do Norte, em meio a pressões para que o presidente chinês Xi Jinping enquadre o ditador norte-coreano Kim Jong un.

Segunda-feira, 10 de abril:

Sai a confiança na zona do euro de abril. No Brasil, serão divulgados o IPC Semanal e a primeira prévia do IGP-M. O BC divulga o Boletim Focus, com as projeções do mercado, que devem reforçar as apostas na queda dos juros de 1 ponto na quarta-feira e na Selic para o fim deste ano. O Federal Reserve (Fed, banco central americano) divulga seu Indicador das Condições do Mercado de trabalho.

Terça-feira, 11 de abril:

A Fipe divulga a primeira quadrissemana do IPC. No Reino Unido, sai a inflação ao consumidor (CPI). Na zona do euro, será conhecida a produção industrial de fevereiro, bem como o Índice de Expectativa na Economia do Instituto ZEW. No Brasil, começa a reunião do Copom e o IBGE divulga a Produção Industrial Regional e o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de março. Nos EUA, sai a confiança do pequeno empresário e o relatório de demanda e oferta agrícola mundiais. Na China, à noite, serão divulgados dados de inflação ao consumidor (CPI) e no atacado (PPI).

Quarta-feira, 12 de abril:

O IBGE divulga a Pesquisa Mensal do Comércio, com as vendas no varejo de fevereiro. Nos EUA, saem o índice de Preços de Importados e os estoques de Petróleo Bruto. Nos EUA, sai também o resultado fiscal de março. Mas o grande evento do dia será a divulgação da taxa básica de juros pelo Copom, que deve ocorrer após o fechamento dos mercados.

Quinta-feira, 13 de abril:

Sai a inflação ao consumidor (CPI) na Alemanha relativa a março. No Brasil, o IBGE divulga a Pesquisa Mensal de Serviços de fevereiro. Nos EUA, será divulgada a inflação no atacado (PPI) de março, os pedidos de auxílio desemprego na semana passada e a Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan. Sai ainda o Indicador de Perfuração de Poços de abril nos EUA.

Sexta-feira, 14 de abril:

Feriado de Sexta-Feira da Paixão no Brasil e em diversos países da Europa. Nos EUA, sai a inflação ao consumidor de março (CPI) o ganho real médio semanal dos trabalhadores e as vendas no varejo americano.

Sem dada definida, a China divulga indicadores de novos empréstimos e crédito total e a balança comercial mensal com importações e exportações.

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