Arena Renda Fixa, Tesouro Direto

Corte da Selic reduz juros de títulos do governo no Tesouro Direto; em 30 dias, ganho é de até 7,7%

O corte acima do esperado dos juros básicos pelo Comitê de Política Monetária (Copom) ontem, que levou a Selic de 13,75% ao ano para 13%, quando a maioria do mercado esperava uma redução para 13,25%, influenciou também as taxas dos papéis do governo federal negociados no sistema do Tesouro Direto.

As quedas foram mais acentuadas de ontem para hoje nos papéis mais curtos e prefixados, caso da LTN, ou Tesouro Prefixado, com vencimento em 2019, e que caiu de 10,80% ao ano para 10,45%, 0,35 ponto percentual. O mesmo papel para 2023 caiu de 11,35% para 11,05%, 0,30 ponto a menos. Essas são as taxas de compra dos papéis, ou seja, quando o investidor adquire o título do Tesouro.

Sugestão de leitura Empiricus: Como funciona o Tesouro Direto.

Já o título prefixado que paga juros semestrais, a NTN-F, com prazo mais longo, para 2027, passou a pagar hoje juros de 10,94%, ante 11,19% ontem. A queda foi de 0,25 ponto percentual.

O motivo para o impacto ser maior nos papéis mais curtos é porque a decisão do Copom influencia mais o juro de curto prazo. Como não se sabe a extensão do corte, o mercado evita reduzir muito as projeções de longo prazo. Mas, no mercado futuro de DI da BM&FBovespa, as taxas até 2021 já estão abaixo de 11% ao ano.

Os papéis corrigidos pela inflação, as NTN-B Principal, que pagam juros apenas no vencimento, também apresentam queda nas taxas reais, além do IPCA, mas menor que as dos prefixados. O papel com vencimento em 2035 pagava hoje 5,60% ao ano mais IPCA, ante 5,73% ontem.

Com essa nova queda de taxas, aumentou a valorização dos títulos prefixados e corrigidos pela inflação. Em 30 dias, a LTN pré com vencimento em 2023 teve ganho de 6,17%, enquanto a NTN-B corrigida pela inflação para 2035 se valorizou em 7,66%.

Os ganhos se referem ao preço do papel no passado em relação ao preço de hoje. Como os juros caíram, os papéis antigos, com taxas mais altas, se valorizam. Quando as taxas sobem, ocorre o contrário e os papéis antigos se desvalorizam. Mas esse ganho só vale para quem fosse vender o papel hoje no mercado. Quem vai ficar com o papel até o vencimento receberá a taxa da época da aplicação até o fim.

E, apesar da queda, as taxas dos papéis corrigidos pela inflação continuam elevadas para os padrões internacionais e até mesmo locais, em quase 6% ao ano reais além do IPCA por mais de 20 anos.

Abaixo, tabela com o rendimento dos papéis por período e as taxas de juros de hoje e de ontem.

 

Rendimentos e juros (%)
Títulos Vencimento 30 dias Dezembro 2017 12 meses Juros ontem Juros hoje
Prefixado 01/01/2018 1,73 1,45 0,78 21,35
Prefixado 01/01/2019 2,56 1,87 1,15 10,45 10,80
Prefixado 01/01/2021 4,45 2,63 1,89 40,15
Prefixado 01/01/2023 6,17 3,34 2,4 11,05 11,35
Pré + juros semestrais 01/01/2021 3,83 2,34 1,65 33,79
Pré + juros semestrais 01/01/2023 4,68 2,71 1,97 39,42
Pré + juros semestrais 01/01/2025 5,49 2,87 2,18 44,39
Pré + juros semestrais 01/01/2027 5,75 3,25 2,27 10,94 11,19
Tesouro Selic 07/03/2017 1,17 1,17 0,4 14,12
Tesouro Selic 01/03/2021 0,97 0,97 0,24 13,7 0,05 0,05
IPCA+ 15/05/2019 1,67 1,13 0,71 16,62 5,54 5,7
IPCA+ 15/08/2024 3,09 1,4 0,49 26,26 5,72 5,85
IPCA+ 15/05/2035 7,66 4,1 0,96 53,44 5,60 5,73
IPCA+ juros semestrais 15/05/2017 1,09 0,98 0,49 13,47
IPCA+ juros semestrais 15/08/2020 1,97 1,31 0,7 17,51
IPCA+ juros semestrais 15/08/2024 2,7 1,39 0,5 22,7
IPCA+ juros semestrais 15/08/2026 2,79 1,23 0,55 5,75 5,87
IPCA+ juros semestrais 15/05/2035 4,79 2,59 0,7 33,57 5,62 5,75
IPCA+ juros semestrais 15/05/2045 5,74 2,62 0,94 38,08
IPCA+ juros semestrais 15/08/2050 5,71 2,71 1,12 38,83 5,60 5,75

Fonte: site do Tesouro Direto. Juros em taxas ao ano.

 

 

 

 

 

 

 

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