Arena Especial, Banco Central

Para Rosenberg, IPCA-15 mais baixo indica menor inflação para 2017

A alta de 0,19% do IPCA-15, prévia da inflação oficial usada pelo Banco Central (BC) em seu regime de metas, ficou abaixo do esperado pela Rosenberg & Associados, que trabalhava com 0,27%. A desaceleração da inflação vai permitir que o IPCA oficial suba 0,33% em dezembro e feche o ano em 6,3%, abaixo do teto da meta, de 6,5%. Mas, mais importante que isso, a queda da inflação sinaliza uma rota benigna de desaceleração da inflação em 2017, prevê a consultoria.

Segundo a Rosenberg, a inflação entrou nessa rota benigna no fim deste ano, com os quatro últimos meses surpreendendo com taxas mensais amenas. Uma conjunção de fatores favorece essa queda. O primeiro, a reversão do choque recente dos preços dos alimentos, como o feijão. O segundo, a contínua deterioração da atividade e do mercado de trabalho, que afetam os demais preços livres, e que levaram a uma desaceleração mais rápida dos serviços em dezembro. Um terceiro fator é a absorção do choque dos preços administrados, como da energia elétrica, que se transformou este ano em fator de baixa da inflação pela melhora nas chuvas.

A Rosenberg espera que esses efeitos reduzam a pressão sobre o IPCA ao longo de 2017, com destaque para a primeira metade do ano, quando as taxas mais elevadas deste ano forem substituídas por outras mais baixas.

A consultoria alerta, porém, para uma maior volatilidade da inflação no ano que vem por conta da nova fórmula de reajuste da gasolina, que passou a ser mensal e de acordo com os preços internacionais e pelo dólar em relação ao real. Há também o risco de problemas com alimentos devido ao efeito climático La Niña no começo do ano. E os preços dos serviços, apesar das quedas recentes, ainda podem resistir apesar do desemprego em alta.

A Rosenberg trabalha com um IPCA de 4,7% em 2017, mas com viés de baixa, ou seja, com grandes chances de ser menor e, portanto, fechar perto da meta, de 4,5%, do BC. Tudo dependerá do primeiro trimestre do ano que vem e da desaceleração do grupo de serviços.

 

 

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