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País perde 115,6 mil vagas de trabalho em maio, primeira redução desde 1999, mostra Caged

O Brasil registrou retração de 115.599 empregos com carteira assinada no mês de maio na comparação com abril. Foi a primeira queda no emprego em maio desde 1999 e a maior para o mês desde o início da série histórica, em 1992 No período foram admitidos 1.464.645 trabalhadores, número inferior às admissões registradas no mesmo mês, que totalizou 1.580.244. O saldo representa queda de 0,28% no número de vagas do mercado de trabalho.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje (19) pelo Ministério do Trabalho. Em maio de 2014 o saldo de empregos formais foi positivo, em 58.836 vagas.

No acumulado do ano, o país contabiliza decréscimo de 243.948 vagas. Já no acumulado dos os últimos 12 meses, a retração chega a 452.853 postos de trabalho, o que, segundo o ministério, corresponde a um declínio de 1,09% no contingente total de empregos com carteira assinada do país.

Queda acima do esperado pelo mercado

O número ficou acima do esperado pelo mercado, que trabalhava com uma queda de 66 mil a 70 mil vagas. A MCM Consultores esperava uma redução de 28 mil postos. Eliminando os efeitos sazonais, a queda foi ainda maior, aponta a consultoria: 167,6 mil vagas, ante destruição de 155,7 mil em abril. É o pior resultado desde o início da série histórica iniciada em maio de 1999, diz a consultoria, que observa que o saldo com ajuste sazonal de emprego vem caindo desde outubro de 2014, e se intensificou nos últimos quatro meses.

Só um setor positivo

Dos oito setores pesquisados, apenas um obteve saldo positivo: a agropecuária que abriu 28.362 vagas, 1,83% a mais do que o resultado de abril.

A indústria da transformação foi a que registrou, em termos absolutos, a maior queda, com eliminação de 60.989 postos de trabalho, variação negativa de 0,75% na comparação com abril. Em termos proporcionais, o pior resultado foi o do setor de construção civil, que teve uma queda de 1% na comparação com abril, o que corresponde a 29.795 vagas a menos. O setor de serviços também registrou queda, com o fim de 32.602 empregos formais.

São Paulo é a unidade federativa que mais demitiu, com redução de 23.037 postos de trabalho. O segundo pior resultado foi do Rio Grande do Sul (-15.815), seguido pelo Rio de Janeiro (-11.105) e Minas Gerais (-10.024). Com retração de 2,73% no número de vagas, Alagoas foi o estado com pior resultado em termos proporcionais.

Apenas quatro estados obtiveram saldo positivo: Mato Grosso do Sul, com ampliação de 534 vagas; Goiás (333); Acre (193) e Piauí (63).

Salário de admissão cai 1,9% em 12 meses

O salário médio real de admissão caiu 0,4% em termos ajustados sazonalmente, elevando o acumulado no ano para 1,9%, ante 1,6% até abril. Já o salário real de demissão caiu 1,7% em relação ao mês anterior, mas acumula alta de 0,5%, puxado sobretudo por serviços e comércio, diz a MCM. Isso indica que as empresas estão trocando funcionários com salários mais altos por outros ganhando menos.

Menos contratações e demissões

Segundo a MCM, os dados confirmam a continuidade da deterioração do mercado de trabalho, com aumento na queda das contratações, apesar de ligeira queda nas demissões. “Dessa forma, o ajuste do emprego formal tem se concentrado recentemente na queda das admissões, com aprofundamento dos impactos sobre o setor de serviços e comércio”, diz a consultoria. Para a MCM, a queda dos salários reais de admissão deve persistir nos próximos meses, contribuindo para amenizar as pressões inflacionárias.

Com informações da Agência Brasil.

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