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MCM: combinação de Joaquim Levy e Nelson Barbosa pode ser insustentável

Alguns nomes cotados para compor a equipe econômica do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff agradaram o mercado financeiro, como mostraram a alta de 5% da bolsa e a queda dos juros e do dólar na sexta-feira. No entanto, é preciso avaliar esse novo arranjo será sustentável, segundo relatório divulgado hoje pela consultoria MCM.

De acordo com a consultoria, a combinação de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda e de Nelson Barbosa como ministro do Planejamento é delicada. Afinal, “Nelson Barbosa aceitará ficar à sombra de Levy?”, questiona a MCM.

Numa situação mais tensa, será Dilma a responsável pela administração dos conflitos entre os dois executivos, além dos embates dos novos ministros contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e Aloizio Mercadante, que continuará como uma das maiores forças do próximo mandato. Na avaliação da consultoria, esse cenário pode dar certo ou durar apenas poucos meses.

Levy “mãos de tesoura”

Levy é apontado pela MCM como um expressivo e inquestionável representante da ortodoxia econômica. Um pupilo de Armínio Fraga, apelidado de “mãos de tesoura” quando chefiava o Tesouro Nacional em época de superávit primário recorde. Ele deverá sair do coração do mercado financeiro para ocupar um posto chave no governo petista.

Para a consultoria, com indicações de nomes como Levy e Kátia Abreu, na pasta da Agricultura, a presidente tomou uma decisão conservadora, que pode ter sido influenciada pelo avanço da operação Lava Jato, mas que será alvo de inevitáveis questionamentos de uma parte expressiva do PT e de militantes de esquerda.

A dar espaço para as forças conservadoras, a presidente também se protege de uma eventual ameaça política a seu governo originária dessas mesmas forças.

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