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Itaú vê corte de 1% na Selic semana que vem e revê projeção para fim do ano para 8%

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) deve cortar os juros na semana que vem em 1 ponto percentual, de 11,25% para 10,25% ao ano, mantendo assim o ritmo da reunião anterior, acredita o Departamento Econômico do Itaú e comandado por Mário Mesquita, ex-diretor de Política Econômica do BC. Segundo o banco, os dados recentes mostram um ambiente de inflação baixa e expectativas “ancoradas” (dentro da meta), com atividade apresentando sinais de fraqueza no curto prazo. As projeções de inflação do Copom, acredita o banco, devem sofrer um leve recuo em 2017 e 2018.

O Itaú reviu sua projeção para o corte da reunião dos dias 30 e 31, que antes era de 1,25 ponto, pelo expressivo aumento da incerteza quanto à aprovação das reformas. “Note-se que a decisão do comitê está sujeita a novos acontecimentos no âmbito político, que afetam preços de ativos e a trajetória prospectiva da inflação”, diz o banco em relatório. “Em particular, se até a data da reunião observarmos novos eventos que piorem a perspectiva de aprovação de reformas e elevem os prêmios de risco sobre ativos brasileiros, não se pode descartar uma redução moderada do ritmo de corte de juros, embora este não seja nosso cenário-base.”

O banco espera que o Copom, no comunicado que acompanha o anúncio da taxa, indique que a extensão do ciclo de corte dos juros e o seu ritmo dependerão das projeções e expectativas de inflação e de fatores de riscos associados ao cenário – inclusive fatores não econômicos. Com isso, o Comitê deve deixar em aberto as perspectivas quanto aos próximos passos da política monetária neste momento de alta incerteza.

O nível da taxa Selic ao final do ciclo de corte de juros dependerá crucialmente da evolução da atual situação política e do impacto nas perspectivas de aprovação das reformas econômicas, avalia o Itaú. Em um cenário político mais adverso que leve a um adiamento prolongado das reformas, o ciclo de corte de juros pode ser encurtado, mas a taxa Selic ainda cairia para um dígito. “Nesse contexto, revisamos nossa projeção para a taxa de juros para o final de ano de 7,5% para 8,0%.”

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