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Ibovespa sobe 0,76% e supera 69 mil pontos pela 1ª vez desde 2011; juros caem à espera do Copom

O Índice Bovespa voltou a subir hoje, acompanhando o maior apetite por risco no mundo e o otimismo com o Brasil. O índice fechou em alta de 0,76%, aos 69.052 pontos, o nível mais alto desde 7 de abril de 2011, quando fechou em 69.176 pontos, e perto da máxima do dia, de 69.111 pontos.

Ganho de 14,65% no ano; estrangeiro trouxe R$ 1,4 bi no mês

Com a alta de hoje, o Ibovespa acumula alta de 1,92% na semana, elevando o acumulado no mês para 6,78% e, no ano, para 14,65%. O volume negociado hoje foi novamente bom, R$ 8,533 bilhões, acima da média deste ano, que está em R$ 7,8 bilhões. Volume alto com índice em alta indica que os estrangeiros voltaram a atuar na compra. No mês, o saldo de investimentos estrangeiros na BM&FBovespa, até dia 17, está positivo em R$ 1,380 bilhão, depois de ter começado fevereiro negativo. No ano, já entraram na Bovespa R$ 7,624 bilhões.

Vale cai 1,5% no dia, mas sobe 4,5% na semana

Vale voltou a ser destaque hoje, com o maior volume negociado da bolsa, mas suas ações fecharam em baixa, com os investidores colocando no bolsa parte das fortes altas de ontem após a empresa anunciar um novo acordo de acionistas que prevê maior governança corporativa. A empresa deve ir para o Novo Mercado, trocando suas ações sem voto (preferenciais, PN) por com voto (ordinárias, ON) e diluindo o controle no mercado. Hoje, as ações PNA da Vale caíram 1,49%, mas acumulam 4,59% na semana e 10,41% no mês. Já as ON caíram 2,44%, mas ainda ganham 4,31% na semana e 10,44% no mês.

Bancos puxam alta

Os bancos garantiram a alta do Ibovespa, com sua forte participação no índice. A ação PN do Itaú Unibanco fechou em alta de 1,45% e a do Bradesco, 2,81%. Banco do Brasil ON subiu 1,67% e a unit (recibo de ações) do Santander, 2,59%. A expectativa de queda mais forte dos juros amanhã na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ajuda os bancos, ao reduzir o custo das empresas e abrir espaço para queda da inadimplência e a retomada do crédito este ano.

Petrobras sobe com petróleo

Também ajudou o Ibovespa Petrobras, com alta de 1,07% a ação PN e 0,47% a ON. O petróleo subiu no exterior, 0,75% em Londres, com o tipo Brent a US$ 56,60 o barril. O tipo WTI, negociado em Nova York, subiu 1,24%, para US$ 54,06, compensando o feriado de segunda-feira nos EUA, Dia do Presidente.

Cemig sobe 5,7% e Eletrobrás cai 3,4%

As maiores altas do Ibovespa no dia foram de Cemig PN, 5,73%, Ecorodovias ON, 4,33%, Weg ON, 3,55% e BR Malls ON, 3,50%. Já as maiores quedas foram de Eletrobras ON, 3,39%, BR Foods ON, 2,55%, Vale ON e Rumo Logística ON, 2,37%.

Europa animada com PMI ignora França

Na Europa, apesar do receio com o crescimento da candidatura de extrema-direita de Marine Le Pen, as bolsas fecharam em sua maioria em alta. O Euro Stoxx 50 subiu 0,81%, o DAX, de Frankfurt, 1,18% e o CAC, de Paris, 0,49%. Os mercados se animaram com dados acima do esperado dos Índices de Gerentes de Compras (PMI) da região. O PMI composto da zona do euro ficou em 56,0 em fevereiro, ante 54,4 em janeiro e 54,3 previstos pelo mercado, indicando recuperação da economia. O PMI industrial atingiu 57,2, ante 56,1 em janeiro e 55,0 esperados pelos analistas.

Já o Financial Times, de Londres, caiu 0,34%, com o banco HSBC apresentando lucros abaixo do esperado no quarto trimestre.

EUA têm novos recordes com resultados de varejistas

Nos Estados Unidos, o dia foi de novos recordes de pontos nos índices das bolsas. O Dow Jones subiu 0,58%, para 20.743 pontos, o Standard & Poor’s 500, 0,60%, e o Nasdaq, 0,47%. Os resultados das varejistas Wall Mart e Home Depot, acima do esperado, animaram os investidores. Já o dólar subiu diante da expectativa de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve subir os juros em sua próxima reunião em março.

Dólar cai

No mercado de dólar comercial, a moeda americana fechou em alta de 0,06%, vendida a R$ 3,092. Já no dólar turismo, houve alta de 0,3%, para R$ 3,24 para venda. A moeda acompanhou o mercado internacional, no qual o dólar se valorizou com a expectativa de alta nos juros americanos. Para Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú, a moeda deve voltar a subir no médio prazo no Brasil com a alta dos juros americanos.

Juros futuros caem; Copom divulga Selic amanhã às 18h20

No mercado futuro de juros, as taxas seguem em queda, se aproximando cada vez mais dos 10% ao ano, enquanto esperam a decisão da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que começou hoje e termina amanhã. O BC divulgou comunicado hoje informando que a decisão dos juros sairá às 18h20, depois do fechamento dos mercados. A expectativa da maioria dos analistas é de um corte de 0,75 ponto percentual, de 13% para 12,25%, mas cresce o número dos que acham que da taxa pode cair mais, 1%, conforme pesquisa feita pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) entre seus associados. O contrato futuro de DI na BM&FBovespa para janeiro de 2018 fechou projetando 10,49%, ante 10,53% ontem. Para 2019, a taxa fechou exatamente a 10,00% ao ano, ante 10,05% ontem. E, para 2021, a projeção ficou em 10,21% ao ano, para 10,26% ontem.

Redução deve continuar até 9,25%

Segundo a Anbima, a taxa Selic deve sofrer redução de 0,75 ponto percentual, passando dos atuais 13% para 12,25%. A projeção é do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Anbima, composto por 25 economistas de instituições associadas, que se reúnem a cada 45 dias e analisam a conjuntura econômica e os cenários para os mercados brasileiro e internacional.

 Em relatório, o grupo estima que a autoridade monetária deve manter este ritmo de queda da Selic até maio, com previsão de corte de 0,50 ponto percentual em julho e setembro e de 0,25 em outubro e dezembro. Não foi descartada pelos economistas, entretanto, a possibilidade de que haja redução de um ponto percentual na próxima reunião, já que as expectativas inflacionárias para 2017 convergem para o centro da meta (4,5%), decorrente do baixo dinamismo do nível de atividade, somado à contribuição da valorização da taxa de câmbio e o encaminhamento da reforma previdenciária. Para o fim de 2017, a previsão é que os juros se situem em 9,25%, o que corresponderia a um ajuste de 4,5 pontos percentuais no ano.

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