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HSBC: reviravolta macroeconômica pode ser ponto de inflexão para empresas brasileiras

Na esteira das projeções positivas do HSBC para a América Latina, o Brasil obteve recomendação “overweight” ou “compra”, com desempenho acima da média de mercado, por parte do banco. Para os analistas, o país figura como boa oportunidade nos próximos 12 meses, puxado por uma possível reviravolta no cenário macroeconômico, o que representaria um forte ponto de inflexão nos lucros das companhias.

Enquanto o índice internacional MSCI, usado pelos investidores internacionais como referencial para os investimentos no país, concentra 7,1% de suas apostas em Brasil, o HSBC recomenda 9%.

Para o HSBC, tanto no quadro macro, como no corporativo, as ações das economias emergentes estão em uma fase de alta, diante do momento de estabilização de seus mercados.

Neste contexto, o cenário mundial também mudou, com os Estados Unidos mais conscientes dos reflexos de sua política monetária entre os países em desenvolvimento, na Europa e em sua própria economia interna. Além disso, os riscos envolvendo a desaceleração chinesa parecem menores e mais sincronizados com o ciclo da economia americana.

América Latina x Ásia

O banco destacou a América Latina como região com melhores condições do que a Ásia entre os países emergentes. Segundo relatório da instituição financeira, a China terá de evitar “um pouso forçado” na economia, enquanto o Brasil parece escapar de uma crise fiscal.

De acordo com o texto, o pessimismo doméstico brasileiro tem duas razões: uma política e outra econômica. “Claramente, falta transparência, mas estamos bastante esperançosos sobre a execução do fiscal”, diz trecho do texto. Já do lado político, o HSBC se disse otimista em relação às propostas fiscais feitas e ao apoio do presidente interino Michel Temer no Congresso.

Mesmo assim, o relatório reconhece que existe o risco de que a coesão política corroa as estratégias do governo sobre medidas mais impopulares. O banco espera que crescimento do país não seja atrapalhado por conta do aperto fiscal, ante perspectivas também encorajadoras de crescimento nos mercados asiáticos.

Na avaliação dos analistas John Lomax e Kishore Muktinutalapati, a narrativa principal do mercado destaca uma recuperação da economia doméstica no médio prazo, com uma possível queda das taxas de juros.

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