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Falta pão na Venezuela e Maduro manda prender padeiros por fazerem brownies; OEA pede eleições

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nessa quinta-feira que não está contra os padeiros nem contra os empresários privados. Ele reafirmou a necessidade de “normalizar” a situação nas padarias de Caracas.

“Há leis que todo mundo deve cumprir, tanto no setor público quanto no privado. No setor público, quem cometer irregularidades de qualquer tipo tem que ser destituído, investigado, julgado e preso, se for o caso. Então, não me venham acusar de ser inimigo do setor privado, quando trato de por em ordem [o setor]”, declarou.

Nicolás Maduro falou na cerimônia de inauguração da exposição Expo Venezuela Potência 2017, que vai até domingo (26) no Poliedro de Caracas, transmitida em rede obrigatória de rádio e televisão. A afirmação foi feita depois de as autoridades venezuelanas fecharem pelo menos duas padarias de portugueses em Caracas, como parte do programa Plano 700 (em referência às 700 padarias da capital), destinado a  supervisionar a elaboração e a venda do pão. Foram presos quatro padeiros que teriam usado farinha para fazer brownies.

Segundo o presidente, foi detectado recentemente o caso de uma padaria em que as pessoas faziam filas durante horas “sem necessidade”, já que foram encontrados 190 sacos de farinha de trigo.

Maduro afirmou que o setor privado deve sentir-se “afortunado” com o fato de que ele seja o presidente da Venezuela e insistiu que a revolução bolivariana respeita as empresas privadas e as convoca a trabalhar pelo desenvolvimento do país.

A Superintendência de Preços Justos acusou os proprietários de não cumprir a nova norma que obriga as padarias a ter permanentemente, desde a abertura até o encerramento, pão disponível para os clientes. As autoridades acusaram ainda os proprietários de vender o pão a preços mais altos que os permitidos e de manter o estabelecimento em condições de insalubridade.

Segundo o vice-presidente, Tareck El Aissami, a padaria que desrespeitar o novo regulamento “será ocupada temporariamente pelo governo e transferida para os comitês locais de Abastecimento e Proteção, para fazê-la produzir”.

Os comerciantes queixam-se de falta de farinha, da paralisação dos moinhos e do controle administrativo dos preços.

OEA pede eleições

Quatorze países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), entre eles a Argentina e o Brasil, divulgaram declaração conjunta para pedir ao governo da Venezuela a realização de eleições e a libertação dos presos políticos. O documento alerta que a suspensão da Venezuela da OEA, pedida pelo secretário-geral da organização, Luis Almagro, é o último recurso e que antes dessa decisão devem ser esgotados todos os esforços diplomáticos em prazo razoável.

O texto da declaração, divulgado nessa quinta-feira (23) à noite pela agência de notícias EFE, foi confirmado à Télam por uma fonte da chancelaria argentina.

“Consideramos urgente que se atenda, de maneira prioritária, à liberação de presos políticos, se reconheça a legitimidade das decisões da Assembleia Nacional, segundo a Constituição, e que se estabeleça um calendário eleitoral, que inclua eleições”, diz a nota.

A declaração é assinada pela Argentina, o Brasil, Canadá, Chile, a Colômbia, Costa Rica, os Estados Unidos, a Guatemala, Honduras, o México, Panamá, Paraguay, Perú e Uruguay.

Esses países formam, dentro da OEA, o chamado “Grupo dos 15”, liderado pelo México e integrado também por Belize, que deve se manter neutro por estar atualmente na presidência do Conselho Permanente da organização.

Os países que firmam o documento declaram profunda preocupação com a situação na Venezuela. Eles destacam o compromisso com a promoção e a defesa da democracia e dos direitos humanos firmados na Carta da OEA e na Carta Democrática Interamericana (CDI).

Os países se comprometem a avaliar cuidadosamente o pedido apresentado por Almagro na semana passada de suspensão da Venezuela como membro da OEA.

Paralelamente, reiteram seu apoio ao diálogo e à negociação para solucionar os problemas enfrentados pelo povo venezuelano.

As informações são da Agência Brasil.

 

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