Arena Especial, Banco Central

Fala de Tombini faz juros curtos mudarem de rumo e fecharem em alta

Ao longo da manhã, as taxas de juros projetadas pelos principais contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) operaram em queda, repercutindo notícias negativas sobre indicadores econômicos nacionais e do exterior. Contudo, à tarde, um discurso do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, mudou o rumo das taxas projetadas pelos contratos com vencimento mais curto, que fecharam projetando alta. Já as taxas mais longas recuaram.

O que fazia os contratos projetarem juros em queda, de manhã, eram notícias como a de que o IBC-Br, indicador que é visto como uma “prévia” do PIB, cresceu menos do que o esperado em março. O indicador avançou 0,7% na comparação com fevereiro, enquanto o mercado projetava uma alta de 0,9%.

Nos Estados Unidos, o Departamento de Trabalho divulgou que o número de pedidos de auxílio desemprego no país aumentou em 32 mil pedidos, passando de 328 mil para 360 mil. O resultado superou as expectativas do mercado, que eram de uma alta de apenas 2 mil, para 330 mil pedidos. Além disso, o Departamento de Comércio informou que o início de novas construções de casas no país caiu 16,5% em abril, a maior queda desde fevereiro de 2011.

Tombini fala e vira o jogo

À tarde, Tombini fez o discurso de abertura do 15º Seminário de Metas de Inflação do BC. As palavras do chefe da autoridade monetária mexeram com o mercado de juros. Tombini disse que o BC continuará fazendo o que for necessário para conter a inflação não apenas em 2013, mas também em 2014.

O presidente do BC disse ainda que a alta da taxa básica de juro Selic em abril foi o “início de um ciclo de aperto monetário”  para colocar a inflação em declínio,  sinalizando que mais altas nos juros estão por vir. Até agora, o mercado projeta um aumento da Selic até 8,25% ao ano, ainda em 2013.

No fechamento, o contrato com vencimento em janeiro de 2014 projetava taxa de 8,06%, para 7,97% no ajuste de ontem. Janeiro de 2015 subia de 8,41% para 8,45%. As taxas com vencimento mais longo fecharam em queda, seguindo a máxima de que se o BC aperta o cerco contra a inflação em um momento, mais adiante a tendência é de juros em queda. O contrato para janeiro de 2017 caiu de 9,09% para 9,08% e janeiro de 2021 passou de 9,75% para 9,72%.

Artigo AnteriorPróximo Artigo