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Dívida de curto prazo das empresas em bolsa bate maior nível desde 2010 no 2º tri

As dívidas de curto prazo, com prazo inferior a um ano, de 213 companhias abertas brasileiras atingiram seus maiores níveis em seis anos no segundo trimestre deste ano, de acordo com levantamento da Economática. A parcela de dívida curta no total das dívidas das empresas passou de 17,9% em junho do ano passado para 20,8% neste ano, o maior percentual desde dezembro de 2010. O crescimento da dívida de curto prazo é um sinal preocupante pois pode criar dificuldades de caixa para as empresas.

Também em valores absolutos, as dívidas de curto estão nos maiores níveis da década. Neste segundo trimestre, as dívidas curtas cresceram para R$ 255 bilhões, também o maior valor desde dezembro de 2010, contra R$ 217 bilhões no mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre deste ano, a dívida de menor prazo total era de R$ 252 bilhões.

A dívida total bruta dessas companhias somou R$ 1,22 trilhão em junho de 2016, ante R$ 1,21 bilhão de dívida no mesmo mês em 2015. Ainda assim, nos últimos dois trimestres, as dívidas corporativas recuaram com a desvalorização do dólar, uma vez que boa parte dos compromissos financeiros das empresas são tomados em moeda estrangeira. Além disso, com os juros mais altos, as empresas podem estar optando por encurtar os prazos nas operações de crédito longas que estão sendo renovadas, para não esticar demais um custo que pode cair no futuro.

Na análise por setor, o segmento de telecomunicações totalizou o maior percentual de empréstimos no curto prazo em relação à dívida total, (79,96%), seguido pelos eletroeletrônicos (70,96%) e pelo setor têxtil (67,49%). No segundo trimestre, as maiores dívidas de curto prazo foram encabeçadas também por telecomunicações, com R$ 49,1 bilhões, petróleo e gás, com R$ 37,5 bilhões, e energia elétrica, R$ 32,4 bilhões.

Oi puxa dívidas curtas no 2º tri

Quando analisadas as 20 empresas com o maior estoque de dívida de curto prazo no segundo trimestre, três setores se destacaram: alimentos e bebidas, comércio e energia elétrica. A primeira companhia da lista é a Oi, com dívidas de R$ 46,6 bilhões, acompanhada por Petrobras, R$ 36,5 bilhões, e JBS, R$ 18,4 bilhões.

Acompanhe as 20 companhias com os maiores estoques de dívida até junho de 2016:

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Já com relação às empresas com perfil de dívida de menor prazo, a Oi aparece novamente na liderança, mas acompanhada por outras empresas menores e em situação delicada, como as do setor têxtil ou de autopeças e petróleo (Lupatech). Chama a atenção também o caixa baixo da maioria das companhias em relação à dívida, em alguns casos representando menos de 1% dos compromissos de curto prazo.

Empresas com maior percentual de dívida no curto prazo em junho de 2016:

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Fonte: Economática

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