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Contas externas têm superávit em março de U$S 1,4 bi, o primeiro desde 2007; soja e minério ajudam

As contas externas fecharam o mês de março com saldo positivo, de acordo com dados divulgados hoje pelo Banco Central (BC).

No mês passado, as transações correntes do país, formadas pelas compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com o mundo, ficaram positivas em US$ 1,397 bilhão, o maior resultado para o mês desde 2005, quando foi registrado superávit de US$ 1,716 bilhão. Esse também foi o primeiro superávit registrado em março, desde 2007, quando ficou em US$ 185 milhões.

Nos três meses do ano, as transações correntes registraram déficit de US$ 4,624 bilhões, contra US$ 7,597 bilhões no primeiro trimestre de 2016.

Balança comercial puxa saldo

Segundo o BC, o superávit é devido ao “expressivo saldo comercial”. A balança comercial (exportações e importações de produtos) contribuiu para reduzir o déficit em transações correntes, ao registrar superávit de US$ 6,935 bilhões, em março, e de US$ 13,816 bilhões no primeiro trimestre.

A conta que registrou maior saldo negativo foi a de renda primária (lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários), com déficit US$ 11,595 bilhões, no primeiro trimestre, e US$ 3,194 bilhões, no mês passado.

A conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) registrou saldo negativo de US$ 7,368 bilhões, de janeiro a março, com US$ 2,523 bilhões, no mês passado.

A conta de renda secundária (renda gerada em uma economia e distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens) apresentou saldo positivo de US$ 523 milhões, no três meses do ano, e de US$ 178 milhões, em março.

Investimento estrangeiro direto bate R$ 24 bi no ano

O investimento direto no país (IDP), recursos que entram no Brasil e vão para o setor produtivo da economia, chegou a US$ 7,109 bilhões, em março, e a US$ 23,943 bilhões, no primeiro trimestre.

O país registrou saída de investimento em ações negociadas em bolsas de valores no Brasil e no exterior e em fundos de investimento no total de US$ 657 milhões, nos três meses do ano.

No primeiro trimestre, também houve saída de investimentos em títulos negociados no país de US$ 1,116 bilhão.

As exportações de soja e de minério de ferro estão ajudando o país a registrar saldo positivo na conta de transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com o mundo.

Novo superávit em abril

A expectativa do Banco Central é que o país volte a registrar superávit este mês. A estimativa do BC é que o superávit em transações correntes fique em US$ 1,4 bilhão, em abril.

O resultado de março surpreendeu o BC, que projetava déficit de US$ 1,5 bilhão. “O que responde por essa diferença é fundamentalmente o desempenho da balança comercial. Tivemos um superávit da balança comercial bastante significativo no mês”, disse o chefe do Departamento Econômico do banco, Tulio Maciel.

Em março, o superávit comercial chegou a US$ 6,935 bilhões e acumulou US$ 13,816 bilhões no primeiro trimestre, contra US$ 4,241 bilhões e US$ 7,766 bilhões, nos mesmos períodos de 2016.

Soja e minério de ferro são destaque

De acordo com Maciel, as exportações de soja cresceram 16% em março e 40% no primeiro trimestre. “O minério de ferro tem sido destaque também”, acrescentou. Ele disse que os preços do minério de ferro estão em alta, o que aumenta o valor das exportações brasileiras. No total, acrescentou, os preços das exportações estão crescendo acima de 20%. De acordo com Maciel, a quantidade exportada também cresce, mas em ritmo menor: 1,5%, no primeiro trimestre deste ano contra igual período de 2016.

Segundo Maciel, os dados parciais das exportações deste mês indicam que o país voltará a registrar superávit nas contas externas. Em abril, até a terceira semana, o superávit comercial está em US$ 5,2 bilhões, superando o resultado de todo o mês em 2016 (US$ 4,9 bilhões).

O chefe do Departamento Econômico destacou que a entrada de investimento direto no país (IDP), recursos que vão para o setor produtivo da economia, supera o saldo negativo acumulado no ano. Marciel lembra que o IDP é a melhor forma de financiar o déficit nas contas externas porque é um recurso que se incorpora à atividade produtiva do país e permanece por período longo, geram renda e impostos.

As informações são da Agência Brasil.

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