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Brasil e Chile levam a melhor se a Grécia deixar o euro, diz Itaú

Qual seria o impacto para a América Latina se a Grécia abandonasse a União Europeia? Uma pesquisa do Itaú BBA mostra que Brasil e Chile seriam os menos impactados caso os gregos decidissem sair do euro. Colômbia e Peru também escapariam da pior situação.

De acordo com o estudo, existe mais de um cenário possível caso não haja como sustentar ao Grécia dentro do bloco econômico. Qual deles se tornará real vai depender da habilidade dos líderes da zona do euro em usar mecanismos contra o contágio de outros países.

“Se esses instrumentos forem usados de forma eficiente, é bem possível que haja turbulência financeira, mas nada catastrófico”, diz o relatório do Itaú BBA. Se a ruptura for mais profunda, com mais economias deixando o bloco, a aversão dos investidores ao risco vai derrubar as moedas de vários países da América Latina. As disparidades cambiais, por sua vez, aumentarão as chances de calotes nas dívidas públicas da periferia da Europa.

Em ambos os cenários, Brasil, Chile, Colômbia e Peru seriam os menos impactados na América Latina, na avaliação do banco. Na outra ponta, estariam México e Argentina, vivendo o inferno astral.

A boa forma das contas fiscais e os US$ 350 bilhões em reservas internacionais atuariam como um para-choque para evitar o pior no Brasil, segundo o banco. Além disso, o enfraquecimento da economia global abriria caminho para que a taxa básica de juros Selic chegasse a novos patamares mínimos históricos.

Na Colômbia e no Peru, os sólidos fundamentos macroeconômicos “são motivo de orgulho”, segundo o Itaú, e evitariam uma contração do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 e 2013. O Chile, ao contrário do que aconteceu na crise de 2008, também sairia praticamente ileso. O país tem inflação sob controle e taxa de juros em nível aceitável.

Os argentinos sofreriam mais na atual situação de fraqueza econômica. Na avaliação do Itaú, o governo do país não teria instrumentos para estimular a economia no caso de uma recessão generalizada na Europa. O México, em condições mais saudáveis, teria problemas por ser muito dependente da exportação de bens de consumo duráveis. A queda na demanda em países do mundo todo estrangularia a economia mexicana, tal qual aconteceu durante a crise de 2008.

 

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