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Bolsonaro levanta dúvidas sobre reforma da Previdência e privatizações

A resistência do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, quanto à privatização do setor de geração de energia elétrica e as incertezas em torno de seus planos para a reforma da Previdência Social podem ter algum efeito negativo nos mercados locais, avalia a LCA Consultores. Ontem, o coordenador político da campanha de Jair Bolsonaro, Onix Lorenzoni (DEM), afirmou que é contrário à proposta de reforma apresentada pelo governo Temer, e que o partido não vai tratar da Previdência neste ano.

Já Bolsonaro, ao ser questionado sobre quais ajustes faria na reforma da Previdência na TV Bandeirantes ontem à noite, afirmou que fará as mudanças “com calma” e colocou em dúvida a proposta de idade mínima de 65 anos feita pelo governo de Michel Temer na proposta atual. “Por exemplo, um homem do serviço público se aposenta hoje com 60 anos. Vamos botar 61. Você aprova. Se você botar 65 logo de cara, você não vai aprovar porque a esquerda vai fazer uma campanha enorme, dizendo, por exemplo, que no Piauí a expectativa de vida é de 69 anos”, disse.

Ele disse também que “vai acabar com a fábrica de marajás”, sinalizando que vai promover mudanças nas regras atuais de aposentadoria no setor público. Ele também afirmou que, se eleito, vai procurar a equipe do governo Temer que trata do assunto e fazer a sua proposta “já para o corrente ano”.

Paulo Guedes, o homem forte de Bolsonaro na economia, defende a reforma da previdência, inclusive no INSS.

Bolsonaro afirmou ainda que, se for eleito, tem reservas sobre a privatização do setor elétrico, que deve se limitar à distribuição. “A gente não vai mexer”, disse, acrescentando que “a gente vai vender para qualquer capital do mundo? Você vai deixar a nossa energia na mão da China? A gente pode conversar sobre distribuição, mas sobre geração, não”, disse.  Sobre a Petrobras, ele afirmou que “o miolo da empresa tem de ser preservado”.

As declarações mostram que há divisões entre os grupos que apoiam o candidato do PSL sobre a forma de conduzir a economia. Apesar da força de Paulo Guedes, outros grupos políticos mostram influência sobre o candidato, que se converteu recentemente ao liberalismo.

 

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