A chanceler alemã, Angela Merkel, disse hoje, em sua chegada a Bruxelas para a reunião do Conselho Europeu, que “espionagem entre amigos é algo que não se faz”, referindo-se às escutas de que teria sido alvo por parte dos serviços secretos dos Estados Unidos.
Argumentando que a espionagem entre aliados é inaceitável e que “a confiança deve ser restabelecida”, Angela Merkel informou que já teve oportunidade de dizer isso ao próprio presidente americano, Barack Obama, ontem, em uma conversa por telefone.
O caso das escutas americanas foi abordado hoje em Bruxelas por Merkel e o presidente francês, François Hollande, em um encontro bilateral que antecedeu a Cúpula do Conselho da União Europeia, que vai até amanhã. Segundo o jornal Le Monde, foram interceptadas milhões de chamadas telefônicas na França pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana.
O tema tornou-se o assunto dominante no início de reunião entre os chefes de Estado e de governo da União Europeia. O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, confirmou que o tema vai ser discutido em alto nível – isto é, entre chefes de Estado e de governo, além de ministros.
Antes do começo do encontro, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, ao ser questionado sobre o tema, enfatizou que, na União Europeia, o direito à privacidade é fundamental.
“Soubemos até recentemente o que é o totalitarismo e o que é a intromissão do Estado na vida privada”, disse Durão Barroso. O líder europeu deu como exemplo a ação da polícia política na ex-República Democrática da Alemanha (RDA), a Alemanha Oriental, que, segundo ele, espionava as pessoas quotidianamente.
As informações são da Agência Brasil.