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Trump escapa de derrota no Congresso e Ibovespa fica estável; Cetip lidera negócios

Em um pregão marcado pela conclusão da operação de compra da Cetip pela BM&FBovespa o Índice Bovespa fechou praticamente estável, com alta de 0,01%, aos 63.530 pontos, perto da máxima do dia, de 63.942 pontos, acumulando queda de 1,06% na semana e -4,70% no mês. No ano, o índice ainda sobe 5,49% e, em 12 meses, 27,85%. O volume negociado foi bom, com R$ 8,780 bilhões, acima da média de R$ 8 bilhões no ano.

O mercado segue, porém, com tendência negativa, reforçada pela saída de investidores estrangeiros, que neste mês já chega a R$ 3,04 bilhões até dia 21. Além do cenário interno pior, com sinais de dificuldade de aprovação da reforma da Previdência no Congresso e a necessidade de um aumento de impostos para fechar as contas públicas, que pode interromper os pequenos sinais de retomada da economia, a incerteza no cenário externo continua.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump não conseguiu garantir a aprovação do projeto que revoga o sistema de saúde criado pelo seu antecessor, Barack Obama, no Congresso, apesar da maioria do partido Republicano, o que levanta dúvidas sobre sua capacidade de aprovar as medidas de incentivo prometidas para a economia. Os parlamentares resolveram adiar a votação prevista para hoje, evitando uma derrota do presidente.

Fusão faz Cetip subir e liderar negócios na bolsa

No Brasil, o destaque foi a aprovação pelos órgãos reguladores da fusão entre as duas bolsas.  Os papéis ordinários (ON, com voto) da Cetip lideraram as negociações, com 13,94% do volume, e fecharam em alta de 1,66%. Em seguida vieram os da BM&FBovespa, com 8,3% do volume do dia, e que caíram 1,27%. A operação é vista como muito positiva para as bolsas pelos ganhos de escala que serão obtidos e pela posição de oligopólio dos mercados de capitais, derivativos e renda fixa privada do país. A concentração de poder da nova bolsa levou os reguladores a estabelecerem várias ressalvas quanto às políticas comercias da nova companhia e garantias de que ela dará espaço para novos entrantes.

Além das bolsas, Vale PNA (papel preferencial, sem voto, série A) foi o terceiro papel mais negociado e fechou em queda de 1%, seguido por Petrobras PN, com -0,66%, e Itaú Unibanco PN, 0,55%.

Marfrig sobe 5% e Gerdau cai 3%

As altas do Índice Bovespa foram lideradas por Marfrig ON, com 5,23%, Natura ON, 2,37%, Pão de Açúcar PN, 2,22%, Cielo ON, 2,18% e Lojas Americanas PN, 2,05%. As maiores quedas do índice foram de Gerdau Metalúrgia PN, 3,14%, Gerdau PN, 2,47%, Ecorodovias ON, 2,18%, Cosan ON, 2,13% e Eletrobras ON, 2,04%. Apesar da alta de hoje, o papel da Marfrig ainda cai 4,42% no mês, com o impacto das denúncias da Operação Carne Fraca. BRF ON cai 11,63% e JBS ON 8,99%. O setor perdeu R$ 7 bilhões em valor de mercado, segundo dados da Economática.

Bolsas sobem na Europa

Na Europa, as bolsas subiram, com o Índice Euro Stoxx 50 ganhando 0,92%. O Financial Times, de Londres, subiu 0,22%, ainda em meio às repercussões do atentado próximo ao Parlamento, que deixou quatro mortos, entre eles o terrorista, um britânico de 52 anos de ascendência árabe com passado de violência. O DAX, de Frankfurt, subiu 1,14% e o CAC, de Paris, 0,76%.

Petróleo segue em queda

Já o petróleo voltou a cair, com novos sinais de estoques em alta nos Estados Unidos. O barril do tipo WTI, negociado em Nova York, caiu 0,7%, para US$ 47,70, enquanto o tipo Brent, de Londres, recuou 0,2%, para US$ 50,56 o barril.

Votação do Obamacare é adiado e bolsas caem

Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam em baixa, depois de um dia em alta na expectativa da votação na Câmara dos Representantes do projeto que acaba com o plano de saúde universalizada criada pelo presidente Barack Obama. O anúncio do adiamento da votação, apesar do empenho pessoal do presidente Trump, fez os índices perderem fôlego. O Índice Dow Jones caiu 0,1%, mesmo percentual de baixa do Standard & Poor’s 500 e do Nasdaq. Empresas de saúde registraram quedas diante da expectativa de fim do programa batizado de Obamacare.

Dólar sobe 1,29% e juros têm alta

No Brasil, o dólar comercial subiu 1,29%, para R$ 3,138 para venda, diante da piora das expectativas para o ajuste fiscal e um possível aumento do IOF nas operações de câmbio. O dólar turismo subiu 0,61%, para R$ 3,26 para venda.

No mercado futuro de juros, os contratos de DI para janeiro de 2018 fecharam projetando taxas maiores, de 9,985% ao ano, ante 9,955% ontem. Para janeiro de 2018, a taxa ficou em 9,59%, ante 9,53% ontem. E, para 2021, o juro fechou em 10,04%, ante 9,99% ontem.

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