Ações, Ações na Arena

Semana de Educação Financeira terá renegociação de dívidas e ABC dos investimentos

A 4ª Semana Nacional de Educação Financeira acontece na semana que vem, de 8 a 14 de maio, e poderia ser classificada como uma semana de vacinação contra problemas financeiros, já que permitirá a muita gente aprender a como lidar com o dinheiro, evitando tanto o crédito caro ou desnecessário quanto a aplicação malfeita. E, além do efeito preventivo, haverá também o tratamento dos que já estão doentes, com a renegociação de dívidas.

A semana inclui 1.138 eventos, que vão de cursos, palestras e seminários. Desse total, 829 são abertos ao público e 188 são em São Paulo, com 138 on-lines. Além disso, haverá um sistema de renegociação de dívidas com vários bancos, financeiras e empresas participando. Haverá ainda uma exposição do Memorial da América Latina com a história do dinheiro, incluindo dobrões de ouro do tempo do Brasil colônia.

A semana é organizada pelo Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), do qual fazem parte o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e os órgãos fiscalizadores dos fundos de pensão (Previc) e do setor de seguros e previdência (Susep). Participam também as associações dos bancos, seguros, instituições financeiras e a bolsa, além dos ministérios da Justiça, Educação  e Fazenda.

A proposta é organizar eventos e discussões que promovam a chamada cidadania financeira, que permitam à sociedade usar bem os recursos do sistema financeiro, garantindo sua inclusão no sistema e na economia, explica Fabio de Almeida Lopes de Araújo, do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central. “Temos uma população financeiramente despreparada, com dificuldade em lidar com o dinheiro de uma forma saudável e um sistema financeiro altamente complexo”, afirma.

Os eventos buscam educar as pessoas e mostrar os riscos e oportunidades que existem para que elas façam escolhas conscientes e autônomas, e que levem a um aumento da taxa de poupança do país, que ainda é baixa, afirma Araújo. “De uma certa, forma, a educação financeira garante a inclusão de grande parte da população que sofre por não dominar o uso consciente do crédito ou não tem o hábito da poupança”, explica. Além do lado educacional, Araújo lembra que há também as atividades do Banco Central e outros órgãos para fiscalizar as instituições financeiras e ver se elas estão agindo corretamente na oferta de produtos. “Um dos focos principais é o suitability, ou seja, a adequação dos empréstimos e aplicações e serviços ao perfil daquele cliente”, diz.

Há também o trabalho dos departamentos de Conduta, de Corretoras e de Monitoramento Indireto, que são alimentados pela central de reclamações do BC. “Se detectamos um volume muito grande de reclamações, acionamos os departamentos para verificar os processos que as instituições estão adotando e tentamos corrigi-los”, afirma.

Um dos esforços da semana será também divulgar os materiais de educação financeira que hoje já estão disponíveis no site do Banco Central e de outras organizações. Há desde cursos grátis de finanças pessoais, investimentos e orçamento até vídeos com episódios mostrando situações práticas de mau uso do dinheiro, compras por impulso, ou soluções para situações de dificuldades financeiras ou ensinando a poupar. Há ainda um glossário de termos financeiros simplificado. E uma calculadora do cidadão, que permite a qualquer pessoa calcular os juros ou a prestação de um empréstimo ou o rendimento de aplicações financeiras. Tudo de graça.

Artigo AnteriorPróximo Artigo