Em setembro, a maioria dos analistas recomendou aos investidores que fugissem do setor de energia elétrica, por causa da intervenção do governo nesse mercado, reduzindo as tarifas e revendo as regras de concessões. A dica valia não apenas para quem pretendia ganhar apenas com a valorização das ações, mas também na hora de montar uma carteira com empresas boas pagadoras de dividendos e juros sobre capital próprio.
Em outubro, as corretoras continuam mantendo distância do setor, mas, gradualmente, alguns papéis voltam a aparecer nas carteiras de dividendos, principalmente porque a turbulência no mercado, causada pela intervenção do governo, parece ter passado, diminuindo o risco que o preço dessas ações desabe novamente.
É o caso, por exemplo, das ações da Taesa (TAEE11), que está em quatro das seis carteiras de recomendações para a estratégia de dividendos. Segundo os analistas da Alpes Corretora, as concessões da empresa começam a vencer somente a partir de 2030 e não serão afetadas pelas medidas do governo.
A Alpes mantém as ações da Transmissão Paulista, Cemig e AES Tietê fora da carteira. Os analistas da Octo Corretora também retiraram esses papéis de sua carteira de dividendos, “até que sejam definidos os termos de renovação das concessões das empresas”, mas continuam recomendando a compra de papéis da Taesa.
De um total de 37 papéis recomendados por cinco corretoras como bons pagadores de proventos aos acionistas, 14 são de companhias do setor elétrico. A carteira do Santander não leva em conta apenas a previsão de pagamento de dividendos, mas também coloca na conta a perspectiva de valorização do preço das ações, o que o mercado chama de retorno total.
Mais indicadas
As ações mais indicadas são da Telefônica, com cinco recomendações, seguidas por Taesa, com quatro, Oi e Vale com três recomendações cada. Comgás e Cielo estão em duas carteiras. O “dividend yield” (taxa de retorno em dividendos) médio dos papéis recomendados pelas corretoras varia entre 5,1% e 9,7% ao ano. A Taesa é exceção, e tem uma previsão de retorno em dividendos de mais de 10%. Vale lembrar que os dividendos são líquidos de imposto de renda para pessoas físicas, pois o lucro da empresa já foi tributado.
Telefonia e concessões
As ações de empresas do setor de telefonia também são destaque nas carteiras de dividendos, com sete indicações. Predomina a preferência por papéis da Oi, que, segundo analistas da corretora Alpes, têm projeção de “dividend yield” acima de dois dígitos, “com rentabilidade superior ao projetado para a taxa básica de juros, tanto para este, quanto para o próximo ano”.
Papéis da Telefônica também entram na lista, acompanhados por ações de concessionárias, como a CCR Rodovias, do setor de varejo, como Lojas Renner e Ambev e do setor financeiro, como Cielo, Valid e Banco do Brasil.
Seguem abaixo as recomendações de cinco corretoras para carteiras de dividendos:
Corretora | Empresa | Ação |
---|---|---|
Alpes | Taesa | TAEE11 |
Comgás | CGAS5 | |
Oi | OIBR4 | |
Vale | VALE5 | |
Telefônica PN | VIVT4 | |
Um Investimentos | Grendene | GRND3 |
CCR | CCRO3 | |
Taesa | TAEE11 | |
Lojas Renner | LREN3 | |
Cielo | CIEL3 | |
Rico | Grendene | GRND3 |
Vale | VALE5 | |
Telefônica PN | VIVT4 | |
Coelce | COCE5 | |
Tractebel | TBLE3 | |
Banco do Brasil | BBAS3 | |
Valid | VLID3 | |
Taesa | TAEE11 | |
Santander* | Cesp | CESP6 |
AES Tietê | GETI4 | |
Oi | OIBR4 | |
Light | LIGT3 | |
CPFL | CPFE3 | |
Telefônica PN | VIVT4 | |
Transmissão Paulista | TRPL4 | |
Telefônica ON | VIVT3 | |
Eletrobrás | ELET6 | |
Concórdia | Telefônica PN | VIVT4 |
Ambev | AMBV4 | |
Banco do Brasil | BBAS3 | |
CPFL | CPFE3 | |
Cielo | CIEL3 | |
XP | Tractebel | TBLE3 |
Comgás | CGAS5 | |
Oi | OIBR4 | |
Vale | VALE3 | |
Taesa | TAEE11 |
*As ações recomendadas pelo Santander levam em conta, além do dividend yield projetado, a expectativa de valorização do preço das ações.