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Prévia da inflação oficial, IPCA-15 sobe 0,15% em março e 4,73% em 12 meses

A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), registrou uma variação de 0,15% em março. A taxa é inferior ao 0,54% de fevereiro deste ano e ao 0,43% de março de 2016. O número ficou próximo dos 0,14% esperados pelo mercado e confirma a tendência de inflação corrente fraca, o que pode ajudar na queda mais forte dos juros em abril.

Segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA-15 acumula taxa de 4,73% em 12 meses, próximo ao centro da meta de inflação do governo federal, que é de 4,5%. No ano, a prévia da inflação oficial acumula taxa de 1%.

O principal responsável pela queda da taxa de inflação entre fevereiro e março foram os transportes, que tiveram deflação (queda de preços) de 0,16%. O resultado foi motivado pelas variações na gasolina (-1,06%), no etanol (-2,69%) e nas passagens aéreas (-9,71%).

Os alimentos também tiveram queda de preços pelo segundo mês consecutivo. Desta vez, a deflação foi de 0,08%, devido à variação em produtos como feijão-carioca (-10,36%), feijão-preto (-8,27%), frango inteiro (-2,39%) e carnes (-1,31%).

Os gastos com habitação evitaram uma queda maior da inflação, ao aumentarem em 0,64% na prévia de março. O principal responsável por esse movimento foi o custo da energia elétrica, que subiu 2,45% e respondeu por mais da metade da inflação no período.

Resultado abre espaço para queda de 1 ponto nos juros

O resultado do IPCA-15 deste mês teve influência baixista de alguns componentes, avalia a equipe econômica da XP Investimentos: (i) dissipação do padrão sazonal de reajustes escolares, (ii) redução do preço de combustíveis, (iii) o componente de alimentos continuou no campo negativo. O principal impacto altista veio com energia elétrica, responsável por aproximadamente 53% do IPCA-15 de março. O dado, diz a corretora, confirma o quadro benigno da inflação, percepção essa visível em todos os indicadores de inflação em 12 meses.

Este número de IPCA-15, somado à fragilidade da atividade econômica, reforça o cenário de intensificação do corte da taxa Selic – de 0,75 para 1 ponto percentual — na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), dia a XP.

Dispersão diminui, mas meta só deve vir em abril

Em linha com o índice, a taxa de difusão, que mostra o percentual de produtos em alta, caiu em março, passando de 57,5% para 53,2%, destaca a Rosenberg Associados. Quanto menor o percentual, menos generalizada é a alta dos preços e mais restrita é a inflação. Em março do ano passado, a taxa de difusão era de 71,5%. Ainda, a média dos núcleos, que elimina produtos mais voláteis, como energia e alimentos, em 12 meses, segue desacelerando (de 5,6% para 5,2%).

Para a Rosenberg, a parte mais preocupante da pressão inflacionária foi vencida, mas ainda há trabalho até se atingir o centro da meta de inflação, de 4,5% ao ano, objetivo do BC. “Ele deverá ser atingido em abril”, diz a consultoria.

A variação dos preços livres caiu na comparação mensal, passando de 0,47% para 0,04%, enquanto a taxa em 12 meses passou de 5,2% para 4,6%. Em março, destaque o arrefecimento do grupo de Serviços (1,01% para 0,25%), reflexo da descompressão sobre os serviços de educação.

Na contramão do observado no grupo de preços livres, o grupo de Semi-Duráveis passou de -0,13% para 0,01% na margem, efeito da aceleração em itens de vestuário.

Por fim, o grupo de preços administrados registra desaceleração no mês (0,74% para 0,50%), reflexo da menor contração da gasolina na margem. Porém, a taxa em 12 meses passou de 4,5% para 5,2%.

Com informações da Agência Brasil.

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